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O influenciador digital Rico Melquiades surpreendeu os senadores durante depoimento nesta terça-feira (14), ao realizar uma aposta ao vivo na CPI das Bets, que investiga o setor de jogos de azar online. A pedido da relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), o ex-participante e vencedor do reality A Fazenda 13 jogou o popular “jogo do tigrinho” em plena sessão — e acabou ganhando R$ 120.
A cena chamou a atenção dos parlamentares e arrancou reações inusitadas. Visivelmente apreensivo, Rico preferiu não repetir a aposta, mesmo com o incentivo da senadora. “Pra mim já tá bom”, respondeu, em tom bem-humorado.
Durante o depoimento, o influenciador negou ter utilizado “contas demo” — acessos com simulações para facilitar ganhos — em seus vídeos promocionais. “A plataforma que eu jogo não era uma conta demonstrativa. Eu ganho, eu perco, então não sei como funciona uma conta demo. Se a pessoa só ganha, se o valor é mais alto, eu não sei. O que posso falar é que eu divulgava que eu perdia e que eu ganhava também”, afirmou.
Rico ainda apresentou sua conta pessoal aos senadores e fez uma simulação de partida. Após vencer na primeira rodada, reafirmou sua decisão de parar. “Aí eu paro ou continuo. No caso, o que eu vou fazer, eu paro a rodada e pronto”, disse. “Eu não quero mais jogar”, acrescentou.
O influenciador também declarou não ter conhecimento sobre uso de plataformas para fins criminosos. “Eu desconheço esse negócio de formação de quadrilha, fui contratado com influenciador digital, para divulgar a plataforma. Eu tinha meu cachê fixo. Recebia para divulgar o jogo, não fazia nada mais além de desviar o jogo, como qualquer marca, publicidade que divulgo”, argumentou.
A convocação de Rico foi motivada por seu envolvimento na Operação Game Over 2, conduzida pela Polícia Civil de Alagoas, que investiga a promoção irregular de jogos de azar online. Na ação, foram apreendidos celulares, um veículo e houve bloqueio de contas bancárias associadas ao influenciador.
Rico é um dos rostos mais conhecidos entre os divulgadores de uma plataforma de apostas que funciona em todo o país com base em liminar judicial, mas sem autorização do Ministério da Fazenda.
Instalada em novembro de 2024, a CPI das Bets tem como objetivo apurar o impacto dos jogos de apostas online no orçamento das famílias brasileiras e investigar possíveis conexões do setor com organizações criminosas e esquemas de lavagem de dinheiro.
