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Um empresário do ramo alimentício foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (31), em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, por suspeita de chefiar uma organização criminosa responsável por lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e agiotagem.
De acordo com a PF, o grupo movimentou mais de R$ 70 milhões nos últimos cinco anos.
Identificado como Xinxa Goes de Siqueira, conhecido como Xinxa da Cebola, ele é considerado um dos maiores comerciantes de alimentos do Nordeste.
A prisão ocorreu em sua residência durante a operação Duplo X. A quadrilha sob seu comando atua em Pernambuco, Ceará e São Paulo.
As informações foram divulgadas pelo delegado Márcio Tenório em uma coletiva de imprensa nesta quarta, no Recife.
Segundo o delegado, Xinxa chamou a atenção dos policiais devido ao estilo de vida luxuoso exibido nas redes sociais. Ele é investigado por lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, porte ilegal de arma e agiotagem.
Tenório afirmou que Xinxa é um empresário de hortifruti, mas também se envolvia em diversas atividades criminosas, incluindo agiotagem, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e possivelmente outros crimes graves.
Nas redes sociais, Xinxa exibe imóveis, veículos de luxo e cavalos de raça. Somente os carros apreendidos na operação foram avaliados pela PF em mais de R$ 30 milhões. Os veículos estavam em uma loja de Fortaleza registrada no nome de uma pessoa ligada ao empresário, possivelmente um laranja, segundo o delegado.
Tenório descreveu a loja como um estabelecimento de veículos de alto luxo, mas que não possuía nenhum fundo de caixa, sugerindo que era uma fachada.
Outro crime investigado é o empréstimo e aluguel de armas por Xinxa, que é registrado como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).
Além da prisão, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em diversos locais, incluindo: Recife (2); Jaboatão dos Guararapes (1); Paudalho (1); Cabrobó (1) e Fortaleza (3).
Houve também o sequestro de bens e bloqueio de valores investigados. A PF identificou movimentações financeiras atípicas de pessoas jurídicas e físicas, sugerindo ilícitos financeiros.
A operação também visa reunir evidências de importação e exportação envolvendo empresas de serviços ligadas a Xinxa, que não deveriam exercer tais atividades.
Se condenado por todos os crimes, a pena de Xinxa da Cebola pode ultrapassar 30 anos de reclusão.