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Na manhã desta terça-feira (14), a Polícia Civil do Rio de Janeiro, em conjunto com o Ministério Público do Estado (MPRJ), deu um grande golpe contra uma quadrilha especializada na fabricação e comercialização de anabolizantes clandestinos. A operação, batizada de Operação Kairos, resultou na prisão de 14 pessoas e na apreensão de mais de 2 mil substâncias ilícitas.
Os produtos comercializados pelo grupo, que incluem marcas como Next, Thunder Group, Venon, Pharma Bulls, Supreme, Kraft, Phenix e Blank, não possuíam qualquer registro na Anvisa e continham substâncias altamente prejudiciais à saúde, como repelentes de insetos, colocando em risco a vida de consumidores.
Chefe da Quadrilha Preso em Mansão em São Gonçalo
A operação culminou na prisão de Miguel Barbosa de Souza Costa Júnior, conhecido como Boss, o líder da organização criminosa. Ele foi capturado em uma mansão de luxo em São Gonçalo, cidade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A esposa dele, Aiane, também foi detida.
Em sua residência, os policiais encontraram placas com mensagens ameaçadoras, como “Propriedade particular — invasores serão alvejados; sobreviventes serão alvejados novamente” e “Atenção — da cerca pra dentro agimos igual ao STF — acusamos, julgamos e executamos a pena!”. Tais placas evidenciam a natureza intimidatória e violenta do grupo.
Movimentação de R$ 80 Milhões em 6 Meses
As investigações apontam que, em apenas seis meses, a quadrilha movimentou aproximadamente R$ 80 milhões por meio da venda de anabolizantes ilegais. O grupo utilizava as redes sociais e plataformas on-line para promover os produtos e alcançou consumidores em todo o Brasil, enviando substâncias para 26 dos 27 estados.
Patrocínio a Eventos de Fisiculturismo e Influenciadores
O grupo também investia no patrocínio de grandes eventos de fisiculturismo e no financiamento de atletas profissionais para impulsionar as vendas. Além disso, pagavam até R$ 10 mil para influenciadores digitais divulgarem as marcas. Essa estratégia visava aumentar ainda mais o alcance do mercado clandestino.
A operação também cumpriu 23 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e no Distrito Federal, além de outras 8 medidas cautelares diversas da prisão. No total, 23 pessoas foram denunciadas por associação criminosa, crime contra a saúde pública e crimes contra as relações de consumo.
Investigações Continuam
De acordo com o delegado Luiz Henrique Marques, responsável pela operação, a quadrilha é possivelmente a maior de revenda de anabolizantes clandestinos já identificada no país. As investigações ainda estão em andamento, com foco na captura de outros membros do grupo e na apuração do envolvimento de influenciadores e revendedores. Pedro Simão, promotor do Gaeco, destacou que algumas das instalações utilizadas pela quadrilha estavam localizadas em áreas dominadas por facções criminosas, o que dificultava o trabalho da polícia.
As investigações tiveram início em meados de 2024, a partir de postagens identificadas pelo setor de Segurança dos Correios e comunicadas à Delegacia de Crimes Contra o Consumidor (DECON). Estima-se que, desde o início das investigações, tenham sido apreendidos 1.150 frascos contendo substâncias anabolizantes e que o grupo criminoso movimentou mais de R$ 82 milhões no período. O GAECO/MPRJ ressalta que, apesar de expressivo, o número de encomendas identificadas e retidas pelos Correios representa apenas cerca de 10% do total efetivamente distribuído pelo grupo. Os denunciados comercializavam as substâncias para clientes localizados em 26 estados brasileiros.
