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Entregadores de aplicativos de entrega de comida e serviços iniciaram, nesta segunda-feira (31), uma paralisação de dois dias em diversas cidades do Brasil. O movimento, chamado “Breque dos APPs”, reivindica melhores condições de trabalho e remuneração mais justa para a categoria.
A principal demanda dos entregadores é a criação de um pagamento mínimo de R$ 10 por entrega e R$ 2,50 por quilômetro rodado. Além disso, eles pedem que as corridas de bicicleta tenham um limite máximo de 3 quilômetros e exigem o fim do agrupamento de pedidos sem compensação financeira adequada.
Segundo os organizadores, o atual modelo de trabalho penaliza os entregadores, que precisam arcar com todos os custos operacionais, como combustível, manutenção de motos e bicicletas, equipamentos de segurança e até mesmo a internet usada para acessar os aplicativos. “Nos pagam somente pela mão de obra, mas arcamos com todos os outros custos. Se um entregador ganha R$ 3.000, ele fica com R$ 1.500, porque o restante vai para gasolina, manutenção e prestação da moto”, afirmou Edgar Francisco da Silva, presidente da Amabr (Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil).
O Sindicato dos Motoboys de São Paulo (Sindimoto-SP) reforçou a necessidade de reajuste nos pagamentos, alegando que os valores pagos aos entregadores estão congelados há mais de quatro anos. “Cada vez mais, as empresas criam novas regras que prejudicam o trabalhador, até que chegou a esse colapso”, disse o presidente da entidade, Gil Almeida.
A escolha do dia 1º de abril para a paralisação tem um significado simbólico, segundo os organizadores. “Queremos mostrar a mentira que as empresas contam sobre as condições de trabalho”, destacou Almeida.
A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia, que representa plataformas como iFood, Uber e 99, declarou que respeita o direito de manifestação e mantém diálogo contínuo com os entregadores. A entidade também afirmou que apoia a regulamentação do setor para garantir segurança jurídica e proteção social aos trabalhadores.
A mobilização ocorre de forma descentralizada, e não há garantia de adesão total ao movimento. No entanto, mesmo aqueles que optaram por continuar trabalhando demonstraram apoio à causa por meio de um abaixo-assinado.
Principais reivindicações dos entregadores:
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Reajuste da taxa mínima de entrega de R$ 6,50 para R$ 10,00;
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Aumento do valor pago por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50;
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Limite de distância para bicicletas, estabelecendo um máximo de 3 km por entrega;
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Fim do agrupamento de pedidos sem compensação financeira, garantindo pagamento integral por cada entrega realizada.
