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Uma vasta operação da Polícia Civil deflagrada na manhã desta quinta-feira (10) resultou na prisão de 15 pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa com atuação em agiotagem e tortura de clientes inadimplentes no Rio Grande do Sul. Mais de 300 ordens judiciais foram cumpridas em oito cidades do estado.
A ação policial cumpriu 18 mandados de prisão e mais de 50 de busca e apreensão nas cidades de Porto Alegre, Alvorada, Gravataí, Tramandaí, Viamão, Cachoeirinha, Canoas e Guaíba. Além das prisões, a operação sequestrou um total de 96 veículos, uma lancha e 22 imóveis, além de bloquear 41 contas bancárias ligadas aos investigados.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, a organização criminosa foi descoberta a partir do assalto a uma agência bancária no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, ocorrido em janeiro de 2023. O crime, que foi registrado em vídeo, mostrou os assaltantes utilizando papelão para tentar burlar as câmeras de segurança. Na ocasião, foram subtraídos R$ 556.479,52. As provas reunidas pela polícia apontam que o dinheiro roubado era, então, emprestado pelos agiotas aos seus “clientes”.
A Polícia Civil revelou que o esquema criminoso se sustentava em juros abusivos que tornavam as dívidas praticamente impagáveis. Quando os “clientes” não conseguiam honrar os pagamentos, eram caçados e brutalmente torturados pelos membros da organização.
“A análise do material obtido durante as investigações deixou claro que os investigados, na medida que algum pagamento atrasasse, caçavam os devedores através de anúncios em aplicativos de mensagens, oferecendo, inclusive, dinheiro para quem fornecesse informações sobre o paradeiro de determinadas pessoas”, informou a Polícia Civil em nota.
As sessões de tortura eram gravadas em vídeo e utilizadas como forma de intimidação para outros devedores. “Tais agressões serviam de alertas a outros devedores, ou seja, caso determinado valor não fosse pago, ‘a vítima seria a pessoa do vídeo de amanhã’”, detalhou a polícia.
Ao longo do último ano de investigação, a Polícia Civil identificou 41 pessoas físicas e jurídicas com envolvimento no esquema criminoso. Os investigados deverão ser responsabilizados pelos crimes de usura (agiotagem), extorsão, tortura e lavagem de dinheiro, em uma operação que demonstra o combate das autoridades contra a criminalidade organizada e a violência no estado.
