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A família de Vitória Chaves da Silva, jovem que faleceu em fevereiro após passar por três transplantes de coração no Instituto do Coração (InCor), ingressou com uma ação judicial contra o hospital, a empresa Inspirali Educação e duas estudantes de medicina, Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeiras Soares Foffano. O processo, movido na Justiça de São Paulo, cobra R$ 607 mil por danos morais, além de R$ 25,5 mil para custear tratamento psicológico para os familiares.
A ação foi motivada por um vídeo publicado no TikTok em que as duas estudantes, sem citar nomes, falam de forma irônica sobre o caso de uma paciente que passou por múltiplos transplantes de coração, sugerindo que ela não teria tomado corretamente os medicamentos e fazendo comentários sarcásticos como “essa menina está achando que tem sete vidas”. Segundo os advogados da família, é possível identificar que se trata de Vitória, já que ela era a única paciente no InCor com o histórico citado.
O vídeo teria sido gravado dentro das dependências do hospital. No processo, a família afirma que o conteúdo foi “desrespeitoso, maldoso, debochado e infantil”. A defesa ainda contesta a alegação feita pelas estudantes de que Vitória teria sido negligente com a medicação, argumentando que ela era extremamente cuidadosa com horários e dosagens, utilizando alarmes no celular para controle, e sempre acompanhada por uma equipe médica especializada.
“As acadêmicas devem responder pelo tom de deboche e indevido sarcasmo com que passaram tais informações, […]. Demonstrando um sadismo incompatível com a nobreza do exercício da medicina”, afirma um trecho da ação.
Gabrielli e Thaís foram ouvidas pela Polícia Civil no 14º Distrito Policial no último dia 14 de abril. Em depoimento, elas disseram que “não tiveram a intenção de ofender Vitória e, sim, de informar o caso”. Após o registro da queixa, um inquérito por injúria foi aberto.
A ação também responsabiliza a empresa Inspirali Educação, que viabilizou a presença das estudantes no InCor por meio de um curso de extensão de um mês. A família argumenta que houve falha de orientação e supervisão, tanto por parte da Inspirali quanto do próprio hospital, que é citado no processo por negligência na fiscalização da conduta das estudantes e por permitir o acesso a informações sigilosas da paciente.
O vídeo, segundo a defesa da família, viola o sigilo médico e a intimidade da jovem. A repercussão do caso nas redes sociais gerou indignação entre usuários e profissionais de saúde, que pedem mais rigor na fiscalização de práticas éticas no ambiente hospitalar.