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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou preferir a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026 a uma eventual candidatura de Michelle Bolsonaro à Presidência. A declaração foi feita em mensagens enviadas a Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, em janeiro de 2023. As conversas estão no celular de Cid, ao qual o portal UOL teve acesso, com 158 mil mensagens e mais de 20 mil arquivos.
A frase “Prefiro o Lula” foi escrita por Cid após Wajngarten compartilhar uma notícia sobre a possibilidade de o PL lançar Michelle como candidata ao Planalto caso Bolsonaro ficasse inelegível. “Idem”, respondeu Wajngarten. A troca de mensagens revela críticas diretas e comentários irônicos sobre a ex-primeira-dama.
Em áudios enviados na época, Cid avaliou que Michelle seria “destruída” caso disputasse um cargo alto, citando que ela teria “muita coisa para queimar”. “Não suja, mas a personalidade dela… vão usar tudo contra ela”, afirmou o militar. Em outra conversa, Wajngarten também demonstrou preocupação com a repercussão negativa de uma eventual candidatura ao Senado. “Cada vez que falarem dela, ela tomará porrada da imprensa”, escreveu. Cid concordou: “Com certeza! Ela tem muito furo”.
As mensagens também revelam um episódio de desconforto entre Michelle e seus aliados. Em 28 de dezembro de 2022, a então primeira-dama compartilhou com Cid uma reportagem que a descrevia de forma crítica, com adjetivos como “medíocre” e “falsa crente”, atribuídos a um “auxiliar próximo” de Bolsonaro. “Agiu rápido, né”, comentou Michelle ao repassar o texto. No dia 11 de janeiro, o coronel Marcelo Câmara, também ligado ao ex-presidente, relatou a Cid que havia saído com Michelle, referindo-se a ela como “PD” (primeira-dama) e ironizando: “Tua amiga”.
Procurado, Wajngarten afirmou que os diálogos refletiam apenas análises de notícias da época, negando que houvesse qualquer articulação real em torno do nome de Michelle. A defesa de Mauro Cid preferiu não se manifestar por não ter tido acesso ao conteúdo das mensagens. Michelle Bolsonaro, por meio de sua assessoria, não respondeu aos contatos feitos pelo UOL.
