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O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, negou nesta sexta-feira (23) em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) ter recebido qualquer ordem para usar tropas para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente ou para dar um golpe de Estado. Olsen foi arrolado como testemunha de defesa pelo ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, um dos réus na ação penal que apura a tentativa de golpe.
“Não recebi qualquer determinação nesse sentido”, afirmou Olsen, respondendo a uma pergunta da defesa sobre se havia “recebido ordens para empregar tropas a fim de impedir a posse ou dar golpe de Estado”. À época em que Garnier estava no comando da Marinha, Olsen atuava como comandante de operações navais da força.
Olsen também foi questionado sobre mensagens obtidas pela Polícia Federal na investigação da suposta tentativa de golpe, que indicavam um militar afirmando que Garnier teria dito que tanques da Marinha estavam prontos para iniciar o golpe após a eleição de 2022. Essa informação foi revelada pela PF em novembro de 2024, quando a Marinha emitiu um comunicado negando qualquer iniciativa a favor de um golpe de Estado.
Em seu depoimento, Olsen reforçou que a Marinha não se mobilizou para um golpe militar. “A nota datada de 27 de novembro de 2024 responde a matérias vinculadas na mídia que tratam de tanques na rua para prontos para o golpe. Isso no sentido de assegurar que em momento nenhum houve ordem, mobilização ou planejamento do emprego de veículos brindados para fins que impeçam ou restrinjam o exercício dos poderes constitucionais”, alegou.
Ausência de Garnier na Transmissão de Comando
O comandante Olsen também abordou a transferência de comando da Marinha, afirmando que Garnier não compareceu à cerimônia, realizada em 31 de dezembro de 2022. “O almirante Garnier não apresentou qualquer razão para sua ausência à cerimônia de transferência do cargo. Eu particularmente desconheço as razões que levaram o almirante Garnier a não estar presente na cerimônia”, disse.
Inicialmente, Olsen havia solicitado ao STF que fosse dispensado do depoimento, alegando desconhecer os fatos da ação penal. Contudo, seu pedido foi negado pelo ministro Alexandre de Moraes. Garnier, por sua vez, defendeu a manutenção do depoimento de Olsen, considerando-o relevante para o caso.
