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A Polícia Civil do Piauí (PCPI) concluiu que a morte da menina Alice Brasil Sousa da Paz, de 4 anos, ocorrida em 5 de agosto no CEV Colégio, na Zona Leste de Teresina, foi acidental, sem indícios de crime. A informação foi confirmada pelo delegado Hugo Alcântara, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
“O procedimento foi concluído na quinta-feira (9) e não houve indiciamento”, afirmou Alcântara à imprensa local nesta sexta-feira (10).
Alice morreu após uma penteadeira de madeira cair sobre ela na brinquedoteca da escola. Segundo a instituição, a menina estava deitada ao lado do móvel quando outra criança entrou por baixo para brincar, provocando o acidente.
De acordo com o relatório policial, não houve dolo nem negligência intencional por parte dos envolvidos. O ambiente foi classificado como “inidôneo” e “não preservado”, já que houve limpeza e reorganização dos objetos após o fato. No entanto, os peritos destacaram que não houve má-fé ou tentativa de fraudar a investigação.
“Não visualizamos conduta dolosa no sentido de levar a erro o perito através da limpeza do espaço, o que afasta a incidência de fraude processual”, aponta o relatório.
O documento foi elaborado com base no laudo cadavérico, imagens das câmeras de segurança, depoimentos e perícias complementares. O laudo técnico revelou que a penteadeira era estável em sua posição normal, mas apresentava instabilidade quando puxada para trás. Imagens mostraram que outra criança interagiu com o móvel duas vezes antes do acidente, sem que ele tombasse; apenas na terceira interação, o móvel caiu sobre Alice.
A declaração de óbito indicou edema cerebral difuso, hematoma subdural agudo e traumatismo cranioencefálico como causas da morte.
A defesa da família, no entanto, contesta a conclusão do inquérito e classifica o acidente como resultado de negligência e omissão. A advogada Arielly Pacífico afirmou:
“A verdade não é atípica, a omissão não é acidental, e a justiça por Alice Brasil não será arquivada, no que depender de nós”.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, a advogada detalhou que o móvel não estava fixado e que havia apenas uma cuidadora para cinco crianças no momento do acidente:
“A penteadeira estava encostada em outro brinquedo, o que criou uma espécie de alavanca de tombamento. Qualquer toque imprimindo força faria o móvel cair. Isso é negligência estrutural, omissão e falha na vigilância, não destino”, destacou.