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Após a rebelião que eclodiu no sábado (20) na Penitenciária 1 de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, 161 detentos foram transferidos para unidades prisionais no interior do estado nesta segunda-feira (22). Os presos transferidos foram identificados como participantes do motim, descrito pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) como um ato de “insubordinação”.
De acordo com a SAP, as transferências visam aplicar “sanção disciplinar” aos detentos envolvidos na rebelião. A secretaria não revelou os destinos específicos das transferências. Durante o tumulto, que envolveu a queima de colchões e a exibição de cartazes com mensagens como “Abaixo à repressão” e “Fora atual diretoria”, os presos também escreveram “PCC” no pátio com lençóis.
O Grupo de Intervenção Rápida (GIR), composto por agentes penitenciários, foi acionado para controlar a situação, utilizando balas de borracha. Inicialmente, a SAP havia informado que três pessoas se feriram durante o motim. No entanto, o número foi revisado para cinco, dos quais um já recebeu alta e foi transferido com os outros 161 detentos.
O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (SIFUSPESP) classificou a rebelião como uma “tragédia anunciada” e criticou o governo de São Paulo por não resolver os problemas de sucateamento das unidades prisionais e o déficit de policiais penais. O sindicato destacou que, desde 2022, tem alertado sobre a deterioração das condições das unidades prisionais, incluindo um aumento significativo de fugas e agressões a policiais penais.
Entre dezembro de 2023 e maio de 2024, foram registradas 18 fugas do regime semiaberto, e nos primeiros cinco meses de 2024, ocorreram 203 agressões a policiais penais, um aumento de 276% em relação ao mesmo período do ano passado. O número de assassinatos dentro das unidades prisionais também quase triplicou, passando de 5 para 14, segundo o sindicato.
Em resposta às críticas, a SAP anunciou que a atual gestão realizará um concurso para a contratação de 1.100 novos policiais ainda este ano, com o objetivo de melhorar a segurança e as condições nas unidades prisionais.