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A Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo prendeu nesta quinta-feira (16) um policial militar suspeito de ter matado o empresário Vinícius Gritzbach, que havia delatado um esquema de policiais envolvidos com a facção criminosa PCC.
Vinícius Gritzbach foi executado com tiros de fuzil em novembro do ano passado, depois de desembarcar no terminal 2 de Guarulhos. Ele havia delatado ao Ministério Público de São Paulo um esquema de lavagem de dinheiro do PCC e denunciado à Corregedoria da Polícia Civil supostos agentes corruptos. Em uma ação que durou apenas 15 segundos, dois homens encapuzados saíram de um Gol preto e dispararam contra ele.
Além do policial suspeito, outros 12 policiais militares foram presos em uma operação que investiga o envolvimento de PMs com o PCC. Há mandados de prisão contra outros dois agentes. O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que a operação mostra que a corporação não admite desvios de conduta. “Nada vai ficar sem a devida resposta. A operação de hoje mostra que a Polícia Militar não admite desvios de conduta. Estamos atacando o crime organizado em diferentes frentes”, disse.
A investigação da Corregedoria que levou à prisão do suspeito de matar Vinícius Gritzbach começou antes do crime no aeroporto. Uma denúncia anônima recebida em março do ano passado apontava possíveis vazamentos de informações sigilosas que favoreciam criminosos ligados à facção. O objetivo era evitar prisões e prejuízos financeiros do grupo criminoso.
A apuração inicial evoluiu para um Inquérito Policial Militar instaurado em outubro. Segundo a Corregedoria, informações estratégicas eram vazadas por policiais militares da ativa e da reserva. Um dos beneficiados era Gritzbach, que usava PMs em sua escolta privada, caracterizando a integração de agentes à organização criminosa.
O empresário denunciou, em abril de 2024, que policiais chegaram a pedir R$ 40 milhões para que ele não fosse citado na investigação do homicídio de Anselmo Cara Preta e Sem Sangue. Gritzbach, que fechou um acordo de delação premiada, chegou a pagar R$ 1 milhão, mas foi acusado pelo homicídio.
Os agentes detidos são acusados de colaborar com o PCC, garantir proteção para os integrantes da facção e facilitar esquemas de lavagem de dinheiro. A Polícia Federal afirma que há também indícios de desvio de bens que deveriam ser apreendidos pelas autoridades. “Os elementos colhidos revelam uma estrutura complexa montada para exigir propina e lavar dinheiro, atendendo aos interesses da organização criminosa”, declarou a PF em nota.
Os envolvidos vão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, além de ocultação de bens e capitais. Somadas, as penas podem chegar a 30 anos de prisão.
