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Após prender nesta quinta-feira (16) 15 policiais militares suspeitos de envolvimento com o crime organizado, a Polícia Militar de São Paulo concentra-se agora nas investigações sobre o mandante do assassinato de Vinicius Gritzbach, ocorrido no aeroporto de Guarulhos em 9 de novembro. Pela manhã, uma operação da Corregedoria da PM cumpriu mandados de prisão e sete de busca e apreensão contra os policiais. Entre os investigados está um PM identificado como autor dos disparos que mataram Gritzbach.
Prisões e Escolta Ilícita
Dos 15 presos nesta quinta-feira, 14 atuavam em uma escolta ilícita de segurança pessoal de Gritzbach. Entre esses 14, havia um tenente que atuava como chefe da equipe. Os policiais chegaram a usar um veículo que imitava uma viatura descaracterizada, segundo a investigação, para dar aparência de segurança pessoal. Outro tenente preso facilitava as escalas de serviço de seus subordinados. O 15º preso é suspeito de ser autor de um dos disparos. Denis Antonio Martins, PM da ativa, é apontado como a pessoa que fez os disparos contra Gritzbach.

O PM da ativa Denis Antonio Martins, é apontado como a pessoa que fez os disparos contra Gritzbach.
Envolvimento de Policiais
Ao menos cinco dos presos atuaram no Primeiro Batalhão de Polícia de Choque (1ª BPChq), na Rota, tropa de elite da Polícia Militar (PM) de São Paulo. Veja os nomes dos presos:
- Abraão Pereira Santana
- Adolfo Oliveira Chagas
- Alef de Oliveira Moura
- Denis Antonio Martins
- Erick Brian Galioni
- Giovanni de Oliveira Garcia
- Jefferson Silva Marques de Souza
- Julio Cesar Scarlett Barbini
- Leandro Ortiz
- Leonardo Cherry Souza
- Romarks Cesar Ferreira Lima
- Samuel Tillvitz da Luz
- Talles Rodrigues Ribeiro
- Thiago Maschion Angelim da Silva
- Wagner de Lima Compri Eicardi
Ferramentas de Inteligência
Em coletiva de imprensa, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, informou que a investigação utilizou várias ferramentas de inteligência para identificar o atirador, incluindo quebra de sigilo telefônico, trabalho das estações rádio-base e imagens de câmeras de segurança. Agora, será realizada a coleta de material genético dos indivíduos presos e comparação com o material genético coletado no dia do assassinato.
Desvios de Conduta
“Alguns (policiais) realizavam escolta ilegal. Conseguiu-se comprovar que os policiais sabiam da conduta delituosa antes e depois, que o Vinicius era um criminoso que tinha função específica na lavagem de dinheiro e que continuava cometendo atos ilícitos após a delação premiada feita com o MP”, explicou Derrite. Ele acrescentou: “Outro policial que não estava sendo investigado foi colocado na cena do crime. Com imagens, vídeos, fotos do dia do assassinato e imagens coletadas pela Corregedoria, chegou-se à conclusão que esse indivíduo é um dos atiradores e foi solicitada a prisão temporária. Ele já está sob custódia”.
Apuração do Caso
O corregedor da Polícia Militar de São Paulo, coronel Fábio Sérgio do Amaral, e a delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), deram mais detalhes sobre a apuração do caso. “Vinicius era réu por duplo homicídio de líderes do PCC. Era réu e delator por ser envolvido com lavagem de dinheiro para o PCC. Os policiais tinham conhecimento disso e voluntariamente e conscientemente aderiram e continuaram fazendo segurança pessoal desse indivíduo. Por isso, foram considerados integrantes da organização criminosa”, disse o corregedor.
“Com a prisão de um dos atiradores, a investigação do homicídio e do mandante vai prosperar rápido”, disse a diretora do DHPP. “Temos quebras (de sigilo telefônico) que nos levam a outras pessoas, que não são policiais militares. Quanto aos mandantes, temos duas linhas de investigação, ambas (consideram que o mandante seria integrante) de facção. Foi um crime encomendado por membro do PCC e temos linhas adiantadas de investigação”.
Declaração do Secretário de Segurança
O secretário Guilherme Derrite ressaltou que desvios de conduta não serão tolerados na Polícia Militar e que os casos em questão são exceção: “A PM é uma instituição com mais de 80 mil homens. A exceção da exceção comete desvio de conduta e pode manchar o nome da instituição. Esses que cometem esse desvio de conduta vão responder por isso, com direito a ampla defesa, mas vão responder.”
