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A força-tarefa encarregada de investigar o assassinato do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), Vinicius Gritzbach, realizou uma operação no Presídio da Polícia Civil, na Zona Norte de São Paulo, e encontrou 23 celulares e outros objetos proibidos nas celas onde estavam presos policiais civis denunciados pelo empresário. A ação foi conduzida pelo Ministério Público (MP) e pela Corregedoria da Polícia Civil nesta terça-feira (4), como parte das investigações sobre a execução de Gritzbach.
Materiais apreendidos nas celas
- 23 celulares;
- R$ 21.672,15;
- 11 smartwatches;
- 14 carregadores de celular;
- 26 fones de ouvido;
- Pequena quantidade de droga.
Os policiais presos são acusados de envolvimento com a facção criminosa e de extorquir dinheiro de integrantes do PCC para não incriminá-los. Entre os detidos que estavam nas celas onde os celulares foram encontrados estão Valdenir Paulo de Almeida, conhecido como “Xixo”, e Valmir Pinheiro, apelidado de “Bolsonaro”. Ambos já estavam presos antes da morte de Gritzbach, por suspeita de tráfico de drogas.
Pelas regras do Presídio da Polícia Civil, os detentos não podem ter acesso a celulares ou outros dispositivos eletrônicos. No entanto, os objetos apreendidos revelam falhas na segurança do local e levantam questionamentos sobre a entrada desses itens na unidade.
Investigação alcança delegados
Segundo a TV Globo, além da ação no presídio, a força-tarefa cumpriu mandados de busca e apreensão contra um delegado de classe especial da Polícia Civil, Alberto Pereira Matheus Junior, que também foi citado por Gritzbach em sua delação ao Ministério Público.
Nos últimos anos, Alberto ocupou postos de destaque no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e no Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc). Atualmente, ele atua como delegado na 7ª Delegacia Seccional Leste da capital. Segundo fontes, seus superiores avaliam a possibilidade de afastá-lo durante as investigações.
O nome do delegado surgiu após a análise do celular do investigador Eduardo Lopes Monteiro, um dos quatro policiais civis presos pela Polícia Federal (PF) em dezembro passado por suspeita de extorquir dinheiro e bens de Gritzbach. Segundo a PF, em mensagens analisadas, Alberto Pereira Matheus Jr. fazia pedidos frequentes de dinheiro a Monteiro. Os investigadores apontam que os pagamentos eram realizados via Pix para contas da esposa e do filho do delegado.
A suspeita é que Monteiro fazia pagamentos periódicos a Alberto como uma forma de “pedágio” pelo cargo que ocupava. De acordo com a investigação, o dinheiro utilizado para esses repasses vinha de esquemas de corrupção policial, conhecidos no meio como “recolha”.
Outro ponto que chamou atenção das autoridades foi a impossibilidade de recolher o celular do delegado, considerado um elemento chave na investigação. Ele afirmou à polícia que perdeu o aparelho justamente na véspera da operação e registrou um boletim de ocorrência sobre o sumiço.
Desdobramentos do caso
Até o momento, 26 pessoas foram presas nos desdobramentos da investigação sobre o assassinato de Vinicius Gritzbach, incluindo três suspeitos de envolvimento direto em sua execução.
O caso continua sendo investigado, e a força-tarefa não descarta novas prisões. A Polícia Civil e o Ministério Público seguem apurando as conexões entre agentes de segurança e organizações criminosas.
O espaço segue aberto para manifestação dos citados por meio do e-mail: redacao@gazetabrasil.com.br.
