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Uma operação da Polícia Civil de São Paulo, realizada na manhã desta quarta-feira (9), resultou na apreensão de diversas obras de arte sacra furtadas de igrejas da capital, da região metropolitana e do interior do estado. O cumprimento de um mandado de busca e apreensão em uma chácara localizada em Cotia, na Grande São Paulo, foi o ponto central da ação.
As investigações apontam para um decorador que prestava serviços para diversas igrejas em São Paulo como o principal suspeito de chefiar o esquema de furtos. Entre os templos lesados estaria a histórica Igreja da Ordem Terceira do Carmo, situada na região da Sé, no centro da capital paulista. O decorador foi conduzido à delegacia para prestar depoimento e negou envolvimento nos crimes.
A descoberta que deflagrou a operação ocorreu no final de fevereiro, quando as autoridades encontraram um apartamento em Higienópolis, área nobre da capital, que funcionava como um verdadeiro museu particular de arte sacra. No local, foram catalogados 40 quadros, incluindo obras da família real brasileira, além de três telas, 17 castiçais, 20 imagens sacras em cerâmica e cinco batinas.
Segundo a Polícia Civil, as investigações tiveram início a partir da análise de imagens de câmeras de segurança da Igreja da Ordem Terceira do Carmo. As gravações flagraram o decorador entrando em uma sala do templo e, poucos minutos depois, saindo carregando objetos cobertos por um pano, que foram posteriormente colocados no porta-malas de um veículo.
Seis dias após o ocorrido, representantes da Igreja do Carmo procuraram o 1º Distrito Policial da Sé para registrar o furto de objetos litúrgicos, como cruzes e castiçais. Entre os itens subtraídos estava um crucifixo de prata maciça, tombado pelo Patrimônio Histórico e considerado o objeto de maior valor furtado, segundo a igreja.
O decorador chegou a confessar aos representantes da igreja que havia levado o crucifixo, devolvendo a peça sacra. No entanto, outros objetos ainda permaneciam desaparecidos, levantando suspeitas sobre o envolvimento do profissional em outros furtos.
Diante das evidências, a polícia solicitou e obteve da Justiça um mandado de busca e apreensão para o apartamento do decorador, localizado em Higienópolis. As investigações avançaram e a polícia apurou que o decorador também prestava serviços para outras igrejas na capital e na Grande São Paulo, buscando agora identificar se esses outros templos também foram vítimas do esquema.
Em seu depoimento à polícia, o decorador alegou que parte dos objetos encontrados em seu apartamento era proveniente de uma herança, enquanto a outra parte teria sido adquirida em uma feira de antiguidades. Ele foi liberado, mas as investigações prosseguem para esclarecer a origem das peças apreendidas na chácara em Cotia e identificar outras possíveis vítimas.
Representantes da Igreja da Ordem Terceira do Carmo devem comparecer à delegacia na próxima sexta-feira (27) para tentar reconhecer formalmente os objetos apreendidos. A Polícia Civil também faz um apelo para que representantes de outras igrejas que possam ter sido alvo de furtos procurem a delegacia para auxiliar no reconhecimento do material recuperado.
