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A Polícia Civil de São Paulo indiciou, nesta quarta-feira (16), dois policiais militares pelo crime de estupro de vulnerável. Os PMs são acusados por uma jovem de 20 anos, que aceitou uma carona na viatura deles em Diadema, no ABC Paulista, durante o Carnaval, no dia 3 de março. Os policiais negam a acusação.
O indiciamento é a etapa formal em que a Polícia Civil conclui haver indícios suficientes do crime para que o Ministério Público possa oferecer denúncia à Justiça.
Na noite do dia 3 de março, os dois policiais foram presos em flagrante por descumprimento de missão, após abandonarem o patrulhamento em Diadema sem autorização para dar carona à jovem até São Paulo.
Em depoimento à Polícia Civil no dia seguinte, a vítima relatou ter sido abusada sexualmente pelos PMs dentro da viatura. Ela chegou a gravar vídeos durante o trajeto, nos quais questiona os policiais sobre o destino e os acusa de mentir.
O delegado Marcos Gomes de Moura, titular do 26° Distrito Policial do Sacomã, instaurou o inquérito policial na noite seguinte ao crime. A Polícia Civil concluiu, nesta quarta-feira (16), que há elementos suficientes para o prosseguimento da ação penal. Embora o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para comprovar a conjunção carnal tenha sido inconclusivo, os investigadores do 26º DP consideraram o depoimento detalhado da vítima logo após o ocorrido.
A Corregedoria da PM apurou que a jovem buscou socorro em uma residência. Imagens de câmeras de segurança mostram um dos policiais militares saindo da viatura, agarrando a jovem e a forçando a retornar ao veículo.
Outras imagens, captadas pela câmera corporal de um dos policiais, mostram um dos agentes consumindo um líquido amarelo dentro da viatura, que a vítima identificou como bebida alcoólica. Os policiais negaram, alegando que bebiam energético.
A Corregedoria da PM e a Polícia Civil também investigam o motivo pelo qual as câmeras corporais dos policiais permaneceram desligadas por cerca de 27 minutos e, posteriormente, por mais 8 minutos enquanto a jovem estava na viatura.
O celular utilizado pela vítima para gravar os vídeos dentro da viatura desapareceu. A polícia investiga se o aparelho foi jogado no Rio Tamanduateí. As câmeras corporais registraram o momento em que um dos PMs arremessa a bolsa da jovem e outros pertences no rio, com a viatura em movimento.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que os dois policiais militares permanecem presos no Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo, e que as apurações continuam em andamento pela Polícia Militar. A instituição reiterou seu compromisso com a legalidade e a transparência, assegurando que qualquer desvio de conduta será apurado e punido com o devido rigor.
