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Após 21 dias de paralisação, a greve dos professores e de parte dos servidores públicos municipais de São Paulo foi encerrada nesta terça-feira (6), após um acordo firmado entre a Prefeitura e representantes do funcionalismo. A decisão pelo fim da greve foi tomada em assembleia realizada em frente ao prédio da administração municipal, no Viaduto do Chá, no Centro da capital.
A mobilização teve início em 16 de abril e foi liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep), que reivindicava, entre outros pontos, um reajuste salarial de 44% para os profissionais da educação, a incorporação de abonos concedidos nos últimos anos e a redução da alíquota previdenciária de 14% para 11%.
Apesar de a Câmara Municipal ter aprovado, em 29 de abril, um reajuste escalonado de 5,15% — dividido em duas parcelas de 2,60% em maio de 2025 e 2,55% em maio de 2026 — os servidores consideraram a proposta insuficiente e mantiveram a paralisação até que um novo entendimento fosse firmado com o Executivo.
Compromissos firmados
De acordo com o Sindsep, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) apresentou um protocolo de entendimento que inclui o compromisso de seguir dialogando com o Fórum das Entidades Sindicais sobre nove pontos centrais da campanha salarial de 2025. Entre os itens acordados estão:
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Garantia de reposição dos dias paralisados, com publicação de portaria e instrução normativa;
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Compensação dos dias da greve sanitária no Edifício Martinelli, motivada por contaminação da água;
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Assegura de que as paralisações não afetarão indicadores de desempenho (PDE e BR);
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Extinção da ação judicial de dissídio de greve movida pela Prefeitura;
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Criação de um plano de climatização dos locais de trabalho, condicionado a avaliações técnicas e orçamentárias;
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Retomada do grupo de trabalho sobre saúde mental dos servidores;
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Avaliação de medidas para corrigir dívidas causadas por regras de férias a novos docentes;
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Instalação de mesa de negociação para valorização do Quadro de Apoio à Educação;
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Pagamento da primeira parcela do Prêmio de Desempenho Educacional até agosto, condicionado ao aval orçamentário.
Em contrapartida, os servidores se comprometeram a retornar imediatamente às suas atividades, organizar um plano de reposição das horas não trabalhadas e aceitar a desistência do dissídio sem ônus para nenhuma das partes.
A Prefeitura também assumiu a responsabilidade de recompor valores descontados dos salários dos trabalhadores por conta dos dias de paralisação, mediante compensação de jornada.
Repercussões
Mesmo com o fim da greve, o reajuste de 5,15% aprovado pela Câmara — que agora aguarda sanção do prefeito, atualmente em viagem à Ásia — continua sendo alvo de críticas por parte dos servidores. Isso porque o aumento não cobre a inflação acumulada de 5,65% no período entre março de 2024 e março de 2025, segundo o IPCA.
