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O gabinete de crise do Governo de São Paulo contra a falsificação de bebidas por metanol intensificou suas ações neste fim de semana, com fiscalizações em festas universitárias, bares e adegas. Somente desde a última segunda-feira (29), mais de 7 mil garrafas foram apreendidas para averiguação. Ao longo de 2025, já passam de 50 mil unidades recolhidas em todo o estado. Desde janeiro, 41 pessoas foram presas, sendo 19 somente na semana passada.
A Polícia Civil mantém equipes especializadas mobilizadas para identificar os envolvidos nas adulterações. Uma das hipóteses investigadas é de que a contaminação tenha ocorrido durante a limpeza dos vasilhames com metanol.
Na sexta-feira (3), agentes estiveram em um comércio na Casa Verde, zona norte da capital, onde uma vítima fatal teria adquirido bebida alcoólica. Foram apreendidas garrafas suspeitas, sem documentação de origem, agora encaminhadas para perícia.
O governador Tarcísio de Freitas determinou o cancelamento da inscrição estadual de estabelecimentos flagrados na venda de bebidas adulteradas com metanol — medida que equivale ao fechamento imediato do local. Atualmente, 11 estabelecimentos estão interditados cautelarmente em São Paulo.
Na noite de sábado (4), equipes da força-tarefa fiscalizaram uma tradicional festa universitária em Araraquara. A Vigilância Sanitária estadual e municipal, em parceria com a Polícia Civil, inspecionou 1.400 garrafas de destilados e não encontrou indícios de adulteração.
“As ações de fiscalização fazem parte da rotina das equipes e foram intensificadas diante das investigações relacionadas a casos de intoxicação por metanol. Nosso trabalho é preventivo e educativo. Buscamos orientar organizadores e fornecedores para que adotem práticas seguras e garantir que o público possa participar dos eventos com tranquilidade e confiança”, afirmou Ana Lúcia Spagnol Bose, diretora do Grupo de Vigilância Sanitária do Estado em Araraquara.
Também no sábado, 10 estabelecimentos foram vistoriados no ABC Paulista — seis em São Caetano e quatro em Santo André. Não houve apreensão de bebidas adulteradas, mas o Procon-SP registrou infrações leves ao Código de Defesa do Consumidor, como falhas em cardápios e sinalização.
A intoxicação por metanol é considerada grave, podendo causar cegueira irreversível e até levar à morte. O produto, usado em combustíveis e solventes, pode estar presente em bebidas clandestinas ou adulteradas.
A Secretaria de Saúde orienta a população a não consumir bebidas de procedência duvidosa. Entre os sintomas de alerta estão dores abdominais intensas, tontura e confusão mental. O atendimento médico imediato, preferencialmente dentro das primeiras seis horas após a ingestão, é crucial para evitar complicações graves.
