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A Polícia de São Paulo apreendeu nesta terça-feira (7) mais de 100 mil garrafas vazias de bebidas destiladas em um galpão clandestino na Vila Formosa, Zona Leste da capital paulista. O local funcionava como empresa de recicláveis e armazenava vasilhames de gin, vodca e uísque, utilizados na produção de bebidas adulteradas.
“Os produtos não possuíam nenhum tipo de controle sanitário. Também foram apreendidas outras 6 mil garrafas com bebidas alcoólicas sem comprovação de origem”, informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP). O imóvel, sem documentação para funcionamento, foi interditado pela Vigilância Sanitária.
Dois homens, de 46 e 61 anos, presentes no galpão, foram autuados e agora serão investigados. O caso foi registrado na 1ª Delegacia Seccional do Centro, pelos crimes de falsificação, corrupção e adulteração de bebidas.
A apreensão faz parte da força-tarefa criada para investigar a venda de bebidas alcoólicas falsificadas, em meio à onda de intoxicações por metanol registrada desde o início de setembro. Até o momento, já foram apreendidas 16 mil garrafas e 20 pessoas foram presas.
Segundo entidades do setor, desde o início das intoxicações, recomenda-se o descarte correto das garrafas originais compradas por bares e restaurantes, para dificultar irregularidades. Na prática, o descarte nem sempre é feito corretamente, e donos de estabelecimentos relatam dificuldade em impedir o reaproveitamento dos vasilhames.
No mercado online, principalmente em marketplaces como Facebook e OLX, é possível encontrar garrafas vazias de diversas marcas e tipos de bebida, muitas vezes anunciadas como “garrafas para artesanato”, mas ainda com rótulos e tampas originais. Em alguns casos, garrafas de cerveja custam R$ 1 o quilo, enquanto bebidas premium, como uísques e vodcas importadas, podem chegar a R$ 10 a unidade.
O estabelecimento foi preservado até a chegada dos peritos do Instituto de Criminalística, que realizaram os trabalhos periciais antes da apreensão de todo o material. A ação integra a Operação Última Dose, que envolve buscas e apreensões em cidades como Osasco, Americana, Sumaré e Poços de Caldas (MG).
Para intensificar as ações contra a contaminação por metanol, o Governo de São Paulo criou um gabinete de crise, coordenado pelas secretarias de Saúde, Segurança Pública, Fazenda, Justiça, Desenvolvimento Econômico, Comunicação e vigilâncias sanitárias municipais. Entre as medidas estão a interdição cautelar de estabelecimentos suspeitos e o recolhimento de garrafas para perícia, visando garantir a segurança dos cidadãos.