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A Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania de São Paulo iniciou um procedimento administrativo para investigar o vazamento de um áudio que contém ataques racistas atribuídos à modelo Ana Paula Minerato. O caso gerou grande repercussão nas redes sociais e mobilizou diversas autoridades.
Segundo o g1, o processo foi instaurado pela Ouvidoria da Coordenadoria de Políticas para a População Negra (CPPN) nesta segunda-feira, 25 de setembro. A pasta informou que notificará as partes envolvidas no caso, assegurando o direito de apresentação de defesa preliminar. A investigação está sendo conduzida com base na Lei Estadual 14.187/2010, sancionada pelo então governador Alberto Goldman, que regulamenta processos administrativos por discriminação racial no estado de São Paulo.
O procedimento é de natureza administrativa, e as penalidades podem variar entre advertência e multa, com valores que podem ir de R$ 17.680,00 a R$ 106.080,00. Além da investigação, a Coordenadoria de Políticas para a População Negra informou que está à disposição da vítima, oferecendo apoio e orientação.
O áudio que gerou a controvérsia traz Ana Paula Minerato fazendo comentários racistas sobre Ananda, cantora do grupo Melanina Carioca. No vazamento, a modelo faz comentários depreciativos sobre a aparência de Ananda, referindo-se de forma pejorativa ao cabelo e à pele da cantora. “Empregada do cabelo duro. Você gosta de cabelo duro? Não sabia que você gostava de mina com cabelo duro. Você gosta de mina com cabelo duro? Cabelo duro você gosta? Você gosta de mina de cabelo duro, de neguinha? Você gosta de neguinha? Porque isso aí é neguinha, né. Alguém ali o pai ou a mãe veio da África”, diz a modelo no áudio.
O vazamento do áudio resultou em consequências profissionais para Ana Paula Minerato. Após o episódio, ela foi desligada de todas as atividades da escola de samba Gaviões da Fiel, da qual fazia parte, e também foi demitida da rádio Band FM, onde apresentava um programa diário desde 2018.