Ciência e Tecnologia

Golfinhos Sentinelas Indicam Alta Contaminação por Mercúrio em Águas da Flórida

Foto: Divulgação

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Os golfinhos, por serem “espécies sentinelas”, ajudam a monitorar a saúde dos oceanos e a potencial exposição humana a contaminantes.  Um estudo recente aponta níveis elevados de mercúrio em golfinhos no sudeste dos EUA, com concentrações mais altas nas baías de St. Joseph e Choctawhatchee, na Flórida. Publicado na revista *Toxics*, o estudo analisou 175 amostras de pele de golfinhos-nariz-de-garrafa coletadas entre 2005 e 2019 em diversos estuários da Flórida e Geórgia, incluindo as baías de St. Joseph, Choctawhatchee e Biscayne, e os estuários dos rios Skidaway, Turtle/Brunswick e Sapelo Island. Os golfinhos das baías de St. Joseph apresentaram níveis médios de mercúrio de 14.193 nanogramas por grama (ng/g), os mais altos já registrados. Golfinhos são particularmente vulneráveis ao mercúrio, que pode causar falhas reprodutivas, alterações comportamentais e morte.

O mercúrio, emitido principalmente pela queima de combustíveis fósseis e processos industriais, é convertido em metilmercúrio por bactérias aquáticas, acumulando-se na cadeia alimentar. Mackenzie Griffin, principal autora do estudo e bióloga da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), sugere que atividades industriais contribuem para os altos níveis de mercúrio na Baía de St. Joseph. A falta de renovação da água doce na baía também pode agravar a situação. Comparativamente, golfinhos na área de Charleston, Carolina do Sul, apresentaram níveis médios de mercúrio de 509 ng/g, enquanto nos Everglades costeiros da Flórida, os níveis atingiram 10.916 ng/g. Fatores como fluxo de maré em Charleston e a decomposição de folhas de mangue nos Everglades influenciam essas variações.

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O estudo foi conduzido por várias instituições, incluindo NOAA, National Marine Mammal Foundation, Marine Science and Nautical Training Academy, Savannah State University, Florida International University, University of Miami e Sarasota Dolphin Research Program. Os pesquisadores esperam que suas descobertas ajudem a entender melhor a poluição por mercúrio nos oceanos. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) afirma que consumir peixe faz parte de uma dieta saudável, mas alerta para os riscos do mercúrio, especialmente para grávidas, crianças e pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos. A exposição ao mercúrio em humanos ainda não foi conclusivamente estudada, mas o monitoramento de espécies sentinelas como os golfinhos pode direcionar futuras pesquisas.

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