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Um novo escândalo de corrupção está sacudindo o Parlamento Europeu. A polícia belga realizou uma série de operações de busca e apreensão nas casas e escritórios de lobistas da gigante tecnológica chinesa Huawei, em uma investigação sobre um suposto esquema de subornos a eurodeputados.
Segundo informações avançadas pelos jornais Le Soir e Follow The Money, a polícia belga conduziu redadas em 21 imóveis localizados em Bruxelas, Flandres, Valônia e Portugal. Vários lobistas ligados à Huawei foram detidos. As autoridades suspeitam que, desde 2021, esses lobistas tenham subornado membros do Parlamento Europeu para promover os interesses comerciais da empresa na União Europeia. De acordo com um porta-voz da polícia belga, 15 parlamentares, tanto atuais quanto antigos, estão sendo investigados.
O Parlamento Europeu anunciou que cooperará “com a máxima rapidez” nas investigações. Um porta-voz da instituição afirmou ao Infobae Espanha que a Eurocâmara recebeu uma solicitação das autoridades belgas para ajudar nas investigações, e que a solicitação será atendida prontamente.
A investigação, iniciada em 2023 pelo Serviço de Segurança do Estado de Bélgica (VSSE), visa a investigar as atividades da Huawei no país, com foco nas relações da empresa com as instituições comunitárias de Bruxelas. A operação, conhecida como “Operação Geração”, está investigando a possível interferência de atores não estatais, como empresas de tecnologia, usadas pela China para influenciar a política europeia.
O centro da investigação é Valerio Ottati, um lobista que trabalhou para a Huawei nos últimos seis anos. Ele também teria atuado durante uma década para dois eurodeputados italianos, cujos nomes estão implicados no esquema de corrupção envolvendo a Huawei. A operação segue sigilosa há meses e investiga uma série de crimes, incluindo corrupção, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Um novo “Catargate” à vista?
Se os sobornos forem confirmados, isso representará um golpe severo para o Parlamento Europeu, que já esteve envolvido em outro escândalo de corrupção conhecido como “Catargate”, em 2022. Naquele caso, vários eurodeputados foram acusados de receber pagamentos de um “país do Golfo” — as autoridades não mencionaram explicitamente o Catar — em troca de promover uma imagem positiva do país. A investigação também envolveu suspeitas sobre Marruecos e Mauritânia, embora esses países tenham negado qualquer envolvimento.
Após o “Catargate”, o Parlamento Europeu revisou seu código de ética e adotou medidas para restringir o acesso de representantes de países envolvidos nas investigações às suas instalações, suspendendo todas as relações e trabalhos com o Catar enquanto a investigação estiver em andamento.
