Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão. Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
Mercado de trabalho global passa por transformação com inteligência artificial e sustentabilidade no centro das mudanças
O mercado de trabalho global está atravessando uma transformação sem precedentes, impulsionada pela ascensão da inteligência artificial, pela automação e pela urgência em adotar modelos sustentáveis.
Segundo o Relatório sobre o Futuro do Emprego 2025, do Fórum Econômico Mundial (FEM), a previsão é de uma criação líquida de 78 milhões de empregos até 2030 — fruto do surgimento de 170 milhões de novas vagas e da extinção de 92 milhões de funções atuais.
Esse movimento, que tem impacto direto na América Latina, exige uma adaptação constante de trabalhadores, empresas e governos diante da redefinição dos perfis profissionais mais valorizados.
O relatório do FEM aponta os dez cargos com maior projeção para a próxima década, impulsionados pela tecnologia, pelas exigências de sustentabilidade e por mudanças sociais.
Cinco forças que estão remodelando o mercado de trabalho
A análise do Fórum Econômico Mundial identifica cinco grandes vetores que estão transformando o emprego no mundo:
- Avanços tecnológicos — especialmente em inteligência artificial (IA), big data, computação em nuvem e cibersegurança — estão acelerando mudanças. A IA generativa, por exemplo, deve impactar 86% das empresas até 2030, gerando 19 milhões de empregos e eliminando outros 9 milhões nos próximos cinco anos.
- Mudanças demográficas e sociais — O envelhecimento populacional nos países desenvolvidos aumenta a demanda por serviços de saúde e cuidado. Em regiões com população jovem, como na América Latina, setores como a educação tendem a se expandir.
- Saúde mental e bem-estar — Ganham importância crescente como prioridade em ambientes profissionais.
- Transição sustentável — A busca por práticas empresariais alinhadas à sustentabilidade e à economia verde já impulsiona novos setores.
- Acesso digital desigual — Apesar dos avanços, apenas dois terços dos lares da América Latina têm acesso à internet, o que expõe uma importante brecha de inclusão digital.
Os 10 empregos com mais potencial até 2030
O relatório destaca as profissões com maior projeção de crescimento, com foco especial na América Latina e na Argentina:
- Especialistas em IA e aprendizado de máquina: desenvolvem sistemas inteligentes para automação de processos e resolução de problemas complexos. Exigem domínio de programação (Python, R), estatística e plataformas como TensorFlow e PyTorch.
- Analistas e cientistas de dados: coletam, processam e analisam grandes volumes de dados para embasar decisões estratégicas. Conhecimentos em estatística, programação (Python, R, SQL) e ferramentas de visualização são essenciais.
- Especialistas em cibersegurança: protegem sistemas, redes e dados contra ataques. A crescente digitalização torna esses profissionais indispensáveis.
- Desenvolvedores de software e aplicativos: criam e mantêm sistemas para plataformas diversas. A demanda é puxada pela digitalização de setores e pelo crescimento das aplicações móveis.
- Engenheiros em energias renováveis e transição verde: planejam e executam projetos sustentáveis, como energia solar e eólica. Exigem formação em engenharia e conhecimento de normas ambientais.
- Profissionais da saúde e da economia do cuidado: médicos, enfermeiros, cuidadores e especialistas em saúde mental estão em alta com o envelhecimento da população e o avanço da telemedicina.
- Especialistas em marketing digital e e-commerce: lideram estratégias online e otimizam vendas digitais. Conhecimentos em SEO, SEM, conteúdo e análise de dados são fundamentais.
- Engenheiros em robótica e automação: projetam e mantêm sistemas automatizados para indústria, logística e saúde. Programação (C++, Python, ROS) e conhecimentos em mecânica e eletrônica são requisitados.
- Especialistas em sustentabilidade corporativa: integram práticas ESG às operações das empresas. São exigidos por investidores, órgãos reguladores e consumidores.
- Engenheiros de nuvem e DevOps: projetam infraestruturas em nuvem e automatizam processos de desenvolvimento de software. Exigem domínio de plataformas como AWS, Azure e GCP.
Profissões mais conectadas e times multidisciplinares
O estudo destaca a crescente interdependência entre essas funções. Por exemplo, o trabalho de um especialista em IA depende da qualidade dos dados fornecidos por cientistas de dados. Desenvolvedores, por sua vez, precisam da estrutura criada por engenheiros de nuvem e DevOps para entregar soluções ágeis.
Essa interconexão evidencia o surgimento de equipes multidisciplinares e a diluição das fronteiras entre áreas profissionais.
Profissionais com perfil “T” serão mais valorizados
O relatório também valoriza os profissionais com perfil “T”: aqueles com especialização profunda em uma área, mas com conhecimentos amplos em outras. Habilidades como pensamento crítico, comunicação eficaz e capacidade de adaptação são consideradas fundamentais para se destacar no cenário profissional em constante mudança.
Sustentabilidade e cuidado são pilares do futuro do trabalho
A sustentabilidade e a economia do cuidado passam a ocupar papel central na definição dos empregos do futuro. Empresas que não adotarem práticas responsáveis estarão mais expostas a sanções, riscos financeiros e perda de competitividade.
Na saúde, a incorporação de tecnologia — com destaque para a telemedicina — exige profissionais com conhecimento técnico, sensibilidade humana e preparo digital, além de políticas para evitar que a exclusão digital amplie desigualdades no acesso ao atendimento.
Aprendizado contínuo será essencial
Por fim, o Fórum Econômico Mundial conclui que a adaptação constante e o aprendizado contínuo serão cruciais para trabalhadores, empresas e governos acompanharem as mudanças no mercado de trabalho.
Investir em novas habilidades — tanto técnicas quanto comportamentais — e implementar políticas públicas inclusivas serão estratégias fundamentais para aproveitar as oportunidades que surgem com os empregos do futuro e mitigar os impactos negativos da automação e da digitalização.
