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Fumaça preta saiu da chaminé sobre a Capela Sistina às 21h00, horário de Roma (16h00, horário de Brasília), na noite de quarta-feira, sinalizando que a primeira votação no conclave foi realizada e concluída sem a eleição de um Papa.
Cerca de 45 mil pessoas se reuniram na Praça de São Pedro para aguardar o anúncio.
A fumaça preta subiu da chaminé da Capela Sistina, indicando que os 133 cardeais votantes ainda não chegaram a um consenso para eleger o novo Papa. O conclave, que começou nesta tarde, marca o início de um processo após a morte do Papa Francisco em 21 de abril. Milhares de fiéis e curiosos se reuniram na Praça de São Pedro sob um céu nublado, enquanto o mundo acompanha cada detalhe do ritual secular. A ausência de fumaça branca mantém alta a expectativa global sobre quem se tornará o 267º pontífice da Igreja Católica.
O processo, conduzido em completo segredo dentro da Capela Sistina, começou com uma missa solene na Basílica de São Pedro, seguida por uma procissão dos cardeais votantes. A fumaça preta, produzida pela queima das cédulas com aditivos químicos, sinaliza que nenhum candidato obteve a maioria de dois terços necessária, ou pelo menos 89 votos. Este resultado é típico no primeiro dia, pois a história mostra que os conclaves raramente elegem um papa na votação inicial.
O que significa fumaça preta? Indica que os cardeais não chegaram a um consenso. Quantos cardeais votam? 133, incluindo sete do Brasil. Quando a próxima fumaça é esperada? Quinta-feira, por volta das 7h ou 14h (horário de Brasília).
A eleição de um novo Papa é um dos eventos mais assistidos do mundo, misturando tradição, espiritualidade e política interna da Igreja. O conclave de 2025, em particular, ocorre em um momento de transição, com 80% dos cardeais votantes nomeados por Francisco, sugerindo uma influência significativa de seu legado.
Ritual inicial define o tom
O conclave começou com uma série de rituais formais. Às 5h (horário de Brasília), os cardeais participaram da Missa Pro Eligendo Pontifice na Basílica de São Pedro, presidida pelo decano do Colégio dos Cardeais, Giovanni Battista Re. A cerimônia, aberta ao público, reuniu não apenas os 133 eleitores, mas também cardeais não votantes, sacerdotes e fiéis. A Missa incluiu orações pelo discernimento na escolha do novo líder da Igreja Católica, guiando aproximadamente 1,4 bilhão de católicos em todo o mundo.
Após a Missa, os cardeais jantaram na Domus Sanctae Marthae, onde estão hospedados durante o conclave. Às 11h30, reuniram-se na Capela Paulina para uma oração solene, cantando a Ladainha de Todos os Santos. Em seguida, seguiram para a Capela Sistina, onde fizeram um juramento de segredo e fidelidade ao processo. Sob os afrescos de Michelangelo, o Cardeal Raniero Cantalamessa liderou uma meditação, enfatizando a responsabilidade espiritual dos eleitores.
Na Capela Sistina, as portas foram fechadas com a proclamação de “Extra Omnes” (todos fora, em latim), isolando os cardeais do mundo exterior. A primeira votação, realizada no final da tarde, foi inconclusiva, como esperado. A fumaça preta, liberada às 16h, foi produzida pela queima das cédulas em um fogão especial com naftalina para garantir uma tonalidade escura. Este momento, transmitido ao vivo por redes globais, atraiu a atenção de milhões.
Tradição secular em foco
O conclave é um ritual que remonta ao século XIII, quando os cardeais eram literalmente trancados (cum clavis, “com chave” em latim) para acelerar a escolha de um novo papa. Desde então, o processo evoluiu, mas mantém elementos tradicionais. A Capela Sistina, com sua chaminé visível na Praça de São Pedro, é o epicentro da votação. Para evitar confusões, desde 2005, um sistema eletrônico aprimora a queima das cédulas, garantindo que a fumaça seja distintamente preta ou branca.
A votação ocorre em cédulas de papel, onde cada cardeal escreve o nome de seu candidato sob a frase “Eligio in Summum Pontificem” (Elejo como Sumo Pontífice). Para preservar o anonimato, os eleitores são instruídos a não usar sua caligrafia habitual. Três cardeais, escolhidos como escrutinadores, contam os votos, enquanto outros três verificam a contagem. Se nenhum candidato obtiver 89 votos, o processo recomeça.
- Primeiro dia: Uma votação, tipicamente inconclusiva.
- Segundo dia em diante: Até quatro votações diárias, duas pela manhã e duas à tarde.
- Pausa: Após três dias sem consenso, uma pausa de 24 horas para oração.
- Segunda rodada: Após 33 ou 34 votos, apenas os dois candidatos mais votados competem.
A duração do conclave varia. Em 2005, Bento XVI foi eleito no segundo dia, na quarta votação. Em 2013, Francisco foi escolhido no segundo dia, na quinta votação. As expectativas para 2025 sugerem uma decisão entre quinta e sexta-feira, mas a história mostra que os conclaves podem se estender por semanas.
Perfil dos eleitores
Dos 133 cardeais votantes, a maioria foi nomeada por Francisco, refletindo sua visão de uma Igreja mais global e pastoral. Pela primeira vez, menos da metade dos eleitores é europeia, com forte representação da América Latina, África e Ásia. O Brasil, com sete cardeais, tem notável influência: Leonardo Ulrich Steiner (Manaus), João Braz de Aviz (Brasília), Paulo Cezar Costa (Brasília), Orani Tempesta (Rio de Janeiro), Odilo Scherer (São Paulo), Jaime Spengler (Porto Alegre) e Raymundo Damasceno Assis (Aparecida).
A ausência de dois cardeais por motivos de saúde reduziu o número de eleitores de 135 para 133. O cardeal queniano John Njue e o cardeal espanhol Antonio Cañizares Llovera não estão participando, ajustando o quórum necessário para 88 votos. O conclave é liderado pelo cardeal Pietro Parolin, pois o decano, Giovanni Battista Re, com 91 anos, é muito idoso para presidir.
Cada cardeal traz sua perspectiva, moldada por questões como a reforma da Cúria, a inclusão de minorias e os desafios da Igreja em um mundo secularizado. A votação inicial, marcada pela fumaça preta, sugere que os eleitores ainda estão alinhando suas preferências, um processo que envolve debates e negociações informais durante os intervalos.
Nomes considerados para o papado
Embora o conclave seja secreto, especulações sobre potenciais candidatos circulam na imprensa e entre observadores do Vaticano. Cardeais como o italiano Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, e o filipino Luis Antonio Tagle, prefeito do Dicastério para a Evangelização, são vistos como fortes concorrentes. Parolin, 70 anos, é visto como um diplomata experiente, enquanto Tagle, 67 anos, é conhecido por sua ligação com as bases e carisma pastoral.
Outros nomes incluem o húngaro Péter Erdő, arcebispo de Budapeste, e o português José Tolentino de Mendonça, arquivista e bibliotecário da Santa Sé. Erdő representa uma linha tradicionalista, enquanto Tolentino se alinha a uma visão progressista, ecoando Francisco. O cardeal austríaco Christoph Schönborn também é mencionado, embora sua idade, 80 anos, o coloque no limite da elegibilidade.
- Pietro Parolin: Diplomata, multilíngue, moderado.
- Luis Antonio Tagle: Carismático, focado na evangelização e periferias.
- Péter Erdő: Tradicionalista, influente na Europa.
- José Tolentino de Mendonça: Intelectual, defensor de uma Igreja inclusiva.
A escolha dependerá de fatores como a continuidade do legado de Francisco, o fomento da unidade da Igreja e o enfrentamento de questões globais como as mudanças climáticas e as desigualdades sociais. Nenhum brasileiro está entre os favoritos, mas os sete cardeais do país têm influência nas negociações.
Expectativas para os próximos dias
Na quinta-feira, 8 de maio, os cardeais realizarão até quatro votações, duas pela manhã e duas à tarde. A primeira fumaça do dia é esperada por volta das 7h ou 14h (horário de Brasília), dependendo do resultado. Se não houver consenso, uma segunda fumaça, provavelmente preta, deverá aparecer às 12h30 ou 14h. As cédulas são queimadas ao final de cada sessão, com as votações da manhã e da tarde combinadas para reduzir o número de fumigações.
A Praça de São Pedro permanecerá lotada, com fiéis, turistas e jornalistas aguardando cada sinal da chaminé. Telões na praça transmitem imagens ao vivo, enquanto redes internacionais mantêm equipes no local. A segurança foi reforçada no Vaticano, com fechamento de ruas e presença policial para garantir a ordem durante o evento.
Se o conclave se estender além de sexta-feira, ocorrerá uma pausa de 24 horas no sábado para oração e reflexão. Esta pausa permite que os cardeais discutam abertamente, sem votar, buscando consenso. Após 11 de maio, se nenhuma decisão for tomada, o processo poderá continuar por até mais 10 dias, com pausas a cada sete sessões.
Tecnologia e segredo
O conclave mistura tradição e modernidade. A Capela Sistina está equipada com bloqueadores de sinal para impedir a comunicação externa, garantindo o sigilo. Os cardeais não podem usar telefones, enviar mensagens ou acessar a internet. Intérpretes estão disponíveis, pois o italiano é a língua oficial, mas os eleitores vêm de dezenas de países.
O fogão que produz a fumaça foi modernizado em 2005, com um sistema auxiliar garantindo cores nítidas. Naftalina, usada para a fumaça preta, e lactose, para a branca, são adicionadas às cédulas em um compartimento separado. Esta precisão evita confusões passadas quando a fumaça acinzentada causava incerteza entre os observadores.
- Bloqueadores de sinal: Impedem o contato externo.
- Fogão duplo: Um para as cédulas, outro para os aditivos químicos.
- Intérpretes: Facilitam a comunicação entre cardeais de diferentes línguas.
A proibição de contato externo é reforçada por um juramento de segredo feito por todos os envolvidos, incluindo funcionários da Domus Sanctae Marthae e técnicos do Vaticano. Qualquer violação arrisca excomunhão, protegendo a integridade do processo.
