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As contas do governo central registraram um déficit primário de R$ 22,8 bilhões em agosto, conforme estimativa preliminar do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), baseada nos dados da execução orçamentária do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do Governo Federal.
No acumulado do ano, o déficit primário soma R$ 100,1 bilhões a preços constantes de agosto, em comparação com R$ 109,3 bilhões no mesmo período de 2023.
A receita líquida do governo central alcançou R$ 148,4 bilhões em agosto, marcando um crescimento real de 5,8% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em contraste, a despesa totalizou R$ 171,2 bilhões, representando um aumento de 1,9% em relação a agosto de 2023.
A receita total apresentou um incremento real de 9,5% em agosto, comparado ao montante arrecadado no mesmo mês do ano anterior. Esse aumento é atribuído ao bom desempenho da arrecadação das receitas administradas pela Receita Federal do Brasil (RFB), que cresceu 10,8%.
As receitas não administradas pela RFB tiveram um crescimento real de 6,3%, enquanto as receitas do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) subiram 8,1%. Após as transferências legais e constitucionais, a receita líquida teve uma alta de R$ 8,2 bilhões (5,8%) a preços constantes.
No acumulado de janeiro a agosto, a receita líquida de transferências cresceu 8,4% em termos reais, totalizando R$ 107,8 bilhões a preços constantes. Esse aumento foi impulsionado pelo desempenho positivo das receitas administradas pela RFB, que registraram um acréscimo de R$ 116,7 bilhões (11,6%) no período.
O aumento de R$ 3,2 bilhões (1,9%) na despesa total em relação a agosto de 2023 deve-se principalmente a dois fatores: um crescimento de R$ 9,6 bilhões (45,2%) em “Outras Despesas Obrigatórias” e uma redução de R$ 8,4 bilhões (-17,4%) no pagamento de despesas do Poder Executivo sujeitas à programação financeira.
No acumulado do ano até agosto, a despesa totalizou um aumento real de R$ 98,6 bilhões (7%) em comparação com o mesmo período de 2023. O destaque vai para o pagamento de “Outras Despesas Obrigatórias”, como Benefício de Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social (BPC/Loas), Renda Mensal Vitalícia (RMV), sentenças judiciais e precatórios, Fundeb e créditos extraordinários, além do pagamento de despesas discricionárias do Poder Executivo, que registraram um aumento real de R$ 57,9 bilhões (27,5%).