Haddad diz que equipe econômica apresentou a Lula cenários para isentar do IR quem ganha até R$ 5 mil

“O presidente encomendou da área econômica estudos que permitissem chegar a R$ 5 mil [de isenção]. Apresentamos alguns cenários. Só posso falar quando ele validar algum dos cenários. Assim que o presidente entender conveniente, vai chamar outros ministros. Mas ele deve bater o martelo em torno disso em algum momento do futuro próximo”, disse o ministro da Fazenda durante o programa.

De acordo com Haddad, há um “tempo relativamente longo para aprovar a medida”: “Cenários todos [da equipe econômica] preveem essa possibilidade de cumprimento dessa proposta. Me parece consistente a proposta da área técnica, e ele [presidente Lula] se animou de falar do assunto. Um dos caminhos oferecidos parecer promissor do ponto de vista econômico e político”.

Neste ano, o governo implementou uma medida provisória, já aprovada pelo Congresso, que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 2.824 por mês, equivalente a dois salários mínimos. Para viabilizar essa isenção, o governo concedeu um desconto automático de R$ 528.

Até 2022, o limite de isenção era de R$ 1.903,98, valor que foi elevado para R$ 2.640 em maio do ano passado.

O imposto é descontado diretamente da folha de pagamento, e o contribuinte pode ter parte do valor restituído ou pagar mais imposto através da declaração anual de ajuste.

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, informou no final de agosto que, caso o governo opte por manter o limite de isenção em dois salários mínimos em 2025, será necessária uma medida para compensar a perda de arrecadação.

Além disso, a tabela do Imposto de Renda não é corrigida desde 2015, o que faz com que um número crescente de brasileiros pague o imposto mensalmente. Em 2024, 42,4 milhões de pessoas apresentaram a declaração do IR.

De acordo com cálculos da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), a defasagem para quem ganha até dois salários mínimos é de 124,18% até junho deste ano. Para as demais faixas, a defasagem é ainda maior, atingindo 166,01%.