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A PNAD Contínua, referente aos meses de agosto a outubro de 2024, registrou a menor taxa de desocupação entre os 152 trimestres móveis da série histórica, iniciada em janeiro de 2012. A taxa foi de 6,2%, equivalente a 6,8 milhões de pessoas à procura de emprego, o que representa o menor número de desocupados em uma década, ou desde o trimestre finalizado em dezembro de 2014.
Este resultado é reflexo dos recordes no número de pessoas ocupadas no Brasil. A pesquisa indicou 103,6 milhões de trabalhadores, sendo 53,4 milhões no setor privado (um recorde), dos quais 39 milhões estavam empregados com carteira assinada, enquanto 14,4 milhões trabalhavam sem registro. O número de empregados no setor público também alcançou 12,8 milhões, um recorde. Com isso, o nível de ocupação, que representa a proporção de pessoas com 14 anos ou mais trabalhando, atingiu 58,7%, o maior valor da série histórica.
De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, a contínua expansão da ocupação ao longo de 2024 tem levado a esses recordes, superando números anteriores, como o Nível de Ocupação, que alcançou seu valor máximo até então em 2013, com 58,5%.
Durante esta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de encontros com setores da indústria de transformação e da construção civil. Em ambos os eventos, o presidente ressaltou os investimentos do Governo Federal para alavancar essas indústrias. Os empresários destacaram o papel indutor do Estado, sob a liderança de Lula. Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, afirmou que “Este setor acredita em sua liderança e no trabalho de sua equipe.”
No dia seguinte, Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria, destacou que o Governo tem sido sensível às demandas do setor e vem implementando medidas essenciais para fortalecer a indústria, como a Letra de Crédito de Desenvolvimento, o Programa Brasil Mais Produtivo e o Plano Mover. Alban enfatizou que “O Brasil é a bola da vez. Não tenho dúvida disso. Nós todos somos os responsáveis por isso e não podemos deixar que esse trem passe.”
Três dos dez grupamentos de atividade investigados pela PNAD Contínua registraram alta na ocupação em comparação ao trimestre anterior (maio a julho de 2024). A população ocupada na Indústria cresceu 2,9%, com mais 381 mil pessoas, enquanto a Construção aumentou 2,4%, com mais 183 mil, e Outros serviços teve um aumento de 3,4%, com mais 187 mil trabalhadores. Esses três setores juntos representaram quase metade do crescimento total da ocupação, que foi de 1,6 milhão de pessoas, com destaque para a Construção, que registrou sua maior expansão em 2024.
Em relação ao mesmo trimestre de 2023, sete grupamentos de atividades tiveram crescimento no número de trabalhadores, incluindo a Indústria (5,0%, mais 629 mil pessoas), a Construção (5,1%, mais 373 mil) e o Comércio (3,3%, mais 623 mil). Também houve aumentos significativos no Transporte, Armazenagem e Correio (5,7%, mais 316 mil pessoas) e em Outros Serviços (7,2%, mais 382 mil pessoas). Por outro lado, a Agricultura teve uma queda de 5,3%, com menos 446 mil pessoas, e dois setores, Serviços Domésticos e Alojamento e Alimentação, permaneceram estáveis.
A taxa de informalidade, que representa a proporção de trabalhadores informais na população ocupada, foi de 38,9%, o maior número da série histórica iniciada em 2016. Isso corresponde a 40,3 milhões de trabalhadores informais, um aumento em relação ao trimestre anterior (38,7%) e uma leve diminuição em comparação ao mesmo período de 2023 (39,1%). O aumento na informalidade foi impulsionado pelo novo recorde de trabalhadores sem carteira assinada, já que o número de trabalhadores por conta própria (25,7 milhões) permaneceu estável.
O rendimento real habitual de todos os trabalhos foi de R$ 3.255, sem variação estatisticamente significativa em relação ao trimestre anterior, mas com um aumento de 3,9% em comparação ao ano passado. A massa de rendimento real habitual, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores, atingiu R$ 332,6 bilhões, com crescimento de 2,4% no trimestre e 7,7% no ano.
Adriana Beringuy explicou que, embora o rendimento médio não tenha apresentado variação significativa, o aumento na massa de rendimentos foi resultado do crescimento no número de trabalhadores e suas remunerações.
A PNAD Contínua é a principal pesquisa sobre a força de trabalho no Brasil, abrangendo 211 mil domicílios em 3.500 municípios, com cerca de dois mil entrevistadores. Em decorrência da pandemia de Covid-19, a coleta de dados foi feita por telefone a partir de março de 2020, com a retomada presencial em julho de 2021. O próximo resultado da pesquisa será divulgado em 27 de dezembro, referente ao trimestre encerrado em novembro.