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Durante participação na Annual Brazil Macro Conference, promovida pelo banco Goldman Sachs nesta segunda-feira (19), o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou que a política monetária brasileira deve manter os juros em um patamar restritivo por mais tempo do que o habitual. Segundo ele, o cenário atual de incertezas, com expectativas de inflação ainda desancoradas, exige cautela.
“Faz sentido permanecer com os juros em um nível restritivo por mais tempo do que costumamos praticar”, afirmou Galípolo. De acordo com o presidente do BC, os riscos tanto internos quanto externos obrigam a uma calibragem cuidadosa da política monetária. “Queremos manter essa capacidade de reagir conforme os fatos se desenrolarem”, acrescentou.
Galípolo também comentou o desempenho da economia, que deve encerrar o quarto ano consecutivo com crescimento acima de 3%, mesmo em um contexto de juros nominais elevados. No entanto, ele observou que, diferentemente de anos anteriores, as projeções econômicas não vêm sendo revisadas para cima, o que demonstra, segundo ele, que a política monetária está surtindo efeito.
Ao ser questionado sobre possíveis cortes na taxa Selic, Galípolo descartou essa possibilidade no curto prazo. “Ainda não há espaço para essa discussão no Comitê de Política Monetária (Copom)”, disse. O foco, segundo ele, segue sendo a convergência da inflação para a meta estipulada.
O BC prevê que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) seguirá acima do teto da meta em junho. Em abril, a inflação acumulada em 12 meses foi de 5,53%, o que, na avaliação do Copom, exige a manutenção de medidas restritivas. A taxa básica de juros foi recentemente elevada de 14,25% para 14,75% ao ano.
“Deixamos claro que não há flexibilização em relação ao nosso compromisso com a meta de inflação”, afirmou Galípolo, reafirmando o compromisso da autoridade monetária com a estabilidade econômica do país.
