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A Justiça manteve, em audiência de custódia realizada na tarde desta quinta-feira (29), a prisão do funkeiro Marlon Brendon Coelho Couto Silva, conhecido como MC Poze do Rodo. O cantor, que foi detido pela Polícia Civil no Rio de Janeiro, causou surpresa ao apontar sua ligação com o Comando Vermelho (CV) aos agentes logo após sua prisão.
Segundo relatos obtidos pelo jornal Metrópoles, MC Poze do Rodo teria afirmado sua proximidade com os faccionados do Comando Vermelho (CV) durante o procedimento padrão de transferência de detidos para o sistema penitenciário. Mais do que isso, ele teria pedido para ser encarcerado na ala destinada a integrantes da facção.
A revelação, citando fontes da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ), indica que o funkeiro tinha receio de ser preso em uma ala dominada pelo Terceiro Comando Puro (TCP), facção que, historicamente, trava batalhas sangrentas com o CV pelo domínio territorial de comunidades no Rio.
Essa manifestação de MC Poze do Rodo corrobora o que o próprio cantor já havia demonstrado em outras ocasiões: ele se manifestou publicamente que jamais faria shows em áreas dominadas por facções rivais ao CV. Inclusive, em 2021, o funkeiro chegou a ser ameaçado de morte, o que levou ao cancelamento de um show que faria no evento “Baile do Embrasa”, em Salvador (BA), após a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) identificar uma rixa entre organizações criminosas e o artista.
A prisão temporária de MC Poze do Rodo foi efetuada por equipes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). As investigações apontaram para uma sólida relação do artista com integrantes da cúpula da facção. Os investigadores da DRE conseguiram reunir “provas robustas” que sustentaram o pedido de prisão temporária do artista, focando no elo que ele mantém com os criminosos, inclusive ajudando a “propagar o nome da facção”.
As investigações da Polícia Civil apontam que Poze realizava apresentações exclusivamente em áreas dominadas pelo Comando Vermelho, onde havia a presença ostensiva de traficantes armados com fuzis para garantir a segurança dos shows. A polícia acredita que esses eventos seriam utilizados pela facção para aumentar os lucros com a venda de drogas.
Além disso, os investigadores afirmam que o repertório musical do cantor faz apologia ao tráfico e ao uso de armas de fogo, além de incitar confrontos entre facções rivais. Para os agentes, as letras “extrapolam os limites da liberdade de expressão e artística”, configurando crimes de apologia ao crime e associação para o tráfico.
Recentemente, Poze havia comemorado nas redes sociais uma decisão da Justiça do Rio que determinou a devolução de carros de luxo e joias apreendidas em uma operação da Polícia Civil em novembro de 2024.
Após a audiência de custódia, realizada na cadeia de Benfica, onde o MC foi inicialmente levado, o cantor foi posteriormente encaminhado para Bangu 3, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.
