O Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz será o laboratório responsável pela produção do molnupiravir, primeiro antiviral oral contra o novo coronavírus (Covid-19) fabricado no Brasil.
Nesta semana, a organização firmou acordo com a farmacêutica norte-americana Merck Sharp & Dohme (MSD), desenvolvedora do remédio. Na quarta-feira (04), a Anvisa aprovou o uso emergencial das pílulas.
O contrato assinado entre as instituições é de cooperação tecnológica, que torna a Fiocruz responsável pela armazenagem, administração, rotulagem, embalagem, testagem, liberação, importação e fornecimento do medicamento ao SUS.
Segundo a Fiocruz, o processo deve ocorrer ao longo dos próximos 2 anos, com avaliação de condições técnicas e da demanda do próprio SUS frente aos resultados de estudos a serem realizados.
O acordo também prevê condução de ensaios clínicos para eventual profilaxia da Covid, além de estudos experimentais para análise do uso do remédio em outros vírus, como dengue e chikungunya.
Molnupiravir
Além do Brasil, o molnupiravir tem autorização temporária no Reino Unido, na União Europeia, nos Estados Unidos e em outros 17 países.
O fármaco é um antiviral de uso oral, indicado para adultos com sintomas leves ou moderados da doença, e será autorizado apenas sob prescrição médica — com contraindicação para gestantes.
Segundo o laboratório, estudos demonstram que, quando administrado no início da infecção por Covid, o remédio tem capacidade de reduzir os casos de hospitalizações e mortes pela doença.
O diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, ressaltou que o uso da medicação tem suas limitações e não é indicado, por exemplo, às gravidas.
O molnupiravir também não deve substituir a vacinação contra Covid.
A pílula deve ser ingerida dentro de cinco dias após os primeiros sintomas da Covid. O fármaco impede que o vírus se replique e, dessa forma, reduz a gravidade da doença.