Na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) dois deputados estaduais do Rio protocolaram na manhã desta quarta-feira (27), pedidos de impeachment contra o governador do estado Wilson Witzel.
No documento os deputados colocaram como base o escândalo de corrupção que resultaram uma ação da Polícia Federal contra o governador na última terça-feira (26).
Um dos pedidos foi apresentado pelo tucano Luiz Paulo. Ele assina o texto em parceria com a deputada Lucinha, também do PSDB. Ambos são críticos ao atual diretório do partido no Rio, comandado pelo empresário Paulo Marinho e próximo a Witzel.
Entre as citações do esquema de corrupção, também constam no documentos crimes como: crime de responsabilidade o mau uso do dinheiro público, que configuraria improbidade administrativa. “O fundamento está na própria exposição de motivos do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Estão listados indícios muito robustos de que o governador está envolvido em crimes contra o erário público estadual, e quem diz isso é o ministro Benedito Gonçalves, do STJ, e o Ministério Público Federal”, afirma Luiz Paulo.
Em justificativa para a abertura do processo, os parlamentares ressaltaram ainda que “gostariam” que o governador tivesse condições de finalizar seu mandato. “No entanto, a situação se revela alarmante, com a existência de corrupção governamental em pleno período de pandemia, crime que poderia ser considerado como hediondo.”
Outro pedido vem de uma oposição que, durante a eleição e no início do governo, era aliado de Witzel: os bolsonaristas. Porém, agora no Republicanos, o ex-líder do PSL na Casa Dr. Serginho declarou que os fatos apontados pelo Ministério Público são gravíssimos e exigem o afastamento do governador.
“O governador não possui condições morais e políticas para permanecer à frente do Executivo”, diz Serginho, autor do pedido.
Agora cabe apenas ao presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), autorizar a abertura de um eventual processo de impeachment. O petista pragmático, exerceu um papel importante na recomposição da base governista após o desembarque do PSL, em setembro do ano passado quando o atrito entre Witzel e a família Bolsonaro se acirrou.
Na manhã de terça-feira,Witzel foi alvo de mandado de busca e apreensão no Palácio Laranjeiras, em sua residência oficial, e no imóvel em que morava antes de assumir o Executivo. Foram levados três celulares e três computadores. O escritório de advocacia da primeira-dama, Helena Witzel, também foi visitado pela Polícia Federal.