Cristiano Ronaldo: ‘Sou o jogador mais completo da história, nunca vi ninguém melhor do que eu’

Cristiano Ronaldo continua escrevendo sua história no mundo do futebol e avança rapidamente em direção à meta dos 1000 gols. O craque marcou dois gols na vitória do Al-Nassr por 4 a 0 sobre o Al Wasl, alcançando 923 gols em 1261 jogos. No entanto, seus gols ficaram em segundo plano quando uma das entrevistas mais profundas de sua carreira foi divulgada.

Em conversa com o jornalista Edu Aguirre, amigo de longa data, CR7 abordou diversos temas no programa espanhol El Chiringuito, durante a seção Los Amigos de Edu.

Cristiano falou sobre seu relacionamento com Lionel Messi, o atual momento de Kylian Mbappé no Real Madrid, sua saída do clube merengue e fez uma declaração que certamente abrirá mais debates: “O que significa a palavra artilheiro? Números, o que coloca a bola dentro do retângulo. Quem é o maior artilheiro da história? São números, ponto final. Eu acredito que sou o jogador mais completo que já existiu. É minha opinião. Uma coisa é uma preferência, eu acredito que sou eu. Faço tudo no futebol. Jogo bem de cabeça, cobro faltas, chuto bem com o pé esquerdo, sou rápido, sou forte, salto… Uma coisa é uma preferência, você gosta mais de Messi ou Pelé ou Maradona. Entendo isso e respeito. Mas dizer que Cristiano não é completo, é mentira. Eu sou o mais completo!”

Quando Aguirre perguntou se ele era “o melhor jogador da história”, o português de 39 anos foi categórico: “Eu acredito que sim. Sinceramente, eu não vi ninguém melhor do que eu. Mas digo isso de coração”.

As Declarações de Cristiano Ronaldo

Sobre Lionel Messi: “Nunca tive uma má relação com ele, pelo contrário. Compartilhamos o palco por 15 anos nos prêmios. Sempre nos demos muito bem. Até me lembro de algumas vezes em que eu traduzia o que diziam a ele em inglês. Era engraçado. Sempre me tratou bem. Obviamente, cada um defendia o seu clube e sua seleção. Nos retroalimentávamos mutuamente. Houve anos em que eu queria jogar tudo e marcar, e ele também. Essa rivalidade saudável era como a de Ayrton Senna e Prost, que se alimentavam mutuamente. Vejo difícil que isso se repita. Nunca se sabe, mas acho muito difícil.”

Sobre os clássicos contra o Barcelona: “Era normal. Hoje em dia, as pessoas valorizam dizendo ‘quando era Madrid-Barcelona era muito mais’. Vivíamos uma semana com uma tensão incrível, mas era uma tensão boa. A torcida, as televisões falando do jogo. Era bonito, era uma grande rivalidade. Madrid-Barcelona, Cristiano-Messi, óbvio. Mas também Piqué e Sergio Ramos. Falavam de tudo, mas era mais Cristiano e Messi obviamente. Mas era bonito. Essa rivalidade era saudável.”

Sobre a pressão dos mil gols: “Na verdade, estou um pouco cansado dessa história dos mil gols. Parece que estão desvalorizando meus gols anteriores. Não gosto que fiquem contando os gols que faltam. As coisas têm que acontecer de forma natural. Se tenho 920, 925 ou 930 gols, não me importa absolutamente nada. O melhor da história sou eu. Ponto final. Os números dizem isso. Não sei se vou chegar aos mil. Não penso a longo prazo, penso no presente. Não sei se estarei no Mundial. Obviamente, gostaria, mas não estou obcecado com isso. Não penso nisso. Não me importam as críticas. Porque sei que são pessoas que não me conhecem e que têm inveja.”

Sobre Kylian Mbappé no Real Madrid: “Vejo o Madrid de vez em quando porque meu filho Mateo gosta muito de Mbappé. Gosto muito dele, não só pela história de quando jovem ele admirava Cristiano e eu era seu ídolo. De verdade, vejo que ele é um craque, acho que vai trazer muitas alegrias ao Real Madrid.”

Sobre a liga saudita e as críticas: “Sou uma pessoa de desafios. Grandes desafios não me intimidam. Quando decidi vir, não pensei que a liga iria crescer em dois anos. Pensei que cresceria em dois anos, mas já seria muito top, mas aconteceu no primeiro ano. As coisas foram muito rápidas.”

Sobre sua forte personalidade desde pequeno: “Sempre fui competitivo desde jovem. Odiava perder e chorava. Não aceitava, ia para casa chorando. Os vizinhos me chamavam de ‘chorão’. Chorava de raiva, era meu jeito de ser.”

Sobre o dia a dia na reta final de sua carreira: “É um compromisso. Continuo com a paixão, acordo com vontade de jogar e ganhar partidas. É um pouco menos do que antes, mas continuo motivado, gosto do que faço. É difícil, mas sigo.”

Sobre a possibilidade de ser técnico: “Não quero ser treinador. Muito difícil, quase impossível. Estive no futebol a vida toda. Ser treinador é mais difícil, tem que lidar com jogadores. Acho que minha personalidade não se adapta a ser treinador. Ser dono de um clube faz mais sentido, isso não descarto. Se for um bom negócio, pode ser. Isso pode acontecer, mas ser treinador, diretor esportivo ou presidente, não.”

Sobre a Bola de Ouro de Rodri: “Vinícius deveria ter ganhado a Bola de Ouro, mas não me surpreende, não há credibilidade. Ele ganhou a Champions, marcou gols e fez a diferença. Fiquei muito decepcionado por Vinícius, ele merecia. Senti o mesmo duas vezes e me deu impotência. Mas depois entendi, então você se retira e acredita que seus valores são mais importantes.”

Sobre sua saída do Real Madrid: “Espanha é minha casa. Joguei muitos anos no Madrid. Foi onde fui mais feliz futebolisticamente. Quando você deixa um legado e uma marca, as pessoas não esquecem.”

“Saí porque queria uma etapa diferente na minha vida. Estava em um ciclo fechado. Não me desgastou porque o presidente aceitou que eu queria sair. Em uma fase de negociação, ele não se comportou bem comigo, mas eu entendo. Já havia dado minha palavra à Juventus. É uma longa história, mas aprecio muito Florentino. Ele é uma pessoa que me tratou bem e ganhamos muitas coisas juntos, respeito