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Uma investigação sigilosa da Polícia Civil de São Paulo encontrou indícios de que parte da comissão paga pela casa de apostas Vai de Bet ao intermediário do acordo de patrocínio com o Corinthians foi direcionada a uma conta com ligação à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
O inquérito, que teve um relatório técnico parcial de análise de dados financeiros e bancários divulgado pelo ‘SBT’ nesta quinta-feira (15), identificou transferências de cerca de R$ 1 milhão entre contas supostamente ligadas ao crime organizado, utilizadas para ocultar o destino final do dinheiro da comissão.
A investigação, iniciada no ano passado, aponta que dos R$ 1,4 milhão pagos pelo Corinthians à Rede Social Media Design LTDA, empresa pertencente ao empresário Alex Cassundé (que trabalhou na campanha do atual presidente Augusto Melo), parte teria ido para a conta da UJ Football Talent Intermediações Tecnológicas. Essa empresa já havia sido citada por Antônio Vinicius Gritzbach, delator do PCC assassinado em 2024, em investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP) sobre a relação entre agentes de futebol e o crime organizado.
A Rede Social Media Design Ltda teria feito dois repasses, totalizando R$ 1,042 milhão, para a Neoway Soluções Integradas, registrada em nome de Edna Oliveira dos Santos, moradora da periferia de Peruíbe que alega desconhecer a empresa. A Neoway, apontada como ‘laranja’, transferiu R$ 1 milhão para a Wave Intermediações Tecnológicas, que, por sua vez, realizou três transações no valor de R$ 874.150 para a UJ Football Talent Intermediações Tecnológicas, empresa suspeita de ser utilizada para lavar dinheiro do crime organizado.
Questionado pelo ‘SBT’, o Corinthians declarou que “não tem responsabilidade por qualquer direcionamento de dinheiro que não esteja na conta bancária do clube” e que o inquérito policial corre sob segredo de justiça, não havendo comentários adicionais a serem feitos.
A Polícia Civil investiga os repasses da comissão envolvendo o patrocínio da Vai de Bet, que vigorou de janeiro a junho de 2024 e previa o pagamento total de R$ 370 milhões ao clube. O contrato, um dos maiores do futebol sul-americano, foi rompido unilateralmente pela casa de apostas após o acionamento de uma cláusula anticorrupção. Além de Alex Cassundé e do presidente Augusto Melo, outros membros da política do Corinthians já prestaram depoimento como testemunhas no caso.
