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O governo federal divulgou nesta terça-feira (6) um conjunto de medidas emergenciais para conter os efeitos da contaminação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas no Brasil, após a confirmação de mortes e diversos casos suspeitos em diferentes estados.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que a prioridade do governo é garantir atendimento rápido às vítimas e fortalecer o sistema de saúde para os casos mais graves.
“Nós tivemos casos de óbito, temos vários casos suspeitos. É fundamental procurar rapidamente assistência médica no caso de sintomas clássicos de intoxicação por metanol, como vômitos e ânsia. O governo já disponibiliza etanol farmacêutico, que é o medicamento adequado, e está importando um tratamento ainda mais eficaz do Japão, por meio da Opas”, disse Alckmin.
Em São Paulo, estado com o maior número de ocorrências, a Unicamp passará a realizar 190 exames por dia para acelerar o diagnóstico dos pacientes.
Coordenação entre ministérios e órgãos de segurança
As ações do governo envolvem articulação entre diferentes ministérios, polícias e órgãos de defesa do consumidor. Entre as medidas adotadas, está a ativação imediata do Sistema de Alerta Rápido (SAR), que emitiu a primeira notificação em 16 de fevereiro, quando surgiram os primeiros casos.
Uma reunião emergencial do Comitê Técnico do SAR reuniu Ministério da Saúde, Receita Federal, Polícia Federal e polícias estaduais para definir ações conjuntas de vigilância e investigação, incluindo a abertura de dois inquéritos: um pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e outro pela Polícia Federal.
O Programa Nacional de Integração de Dados Periciais (PNID) foi acionado para agilizar a troca de informações entre laboratórios estaduais e federais. Também estão sendo realizados exames de isótopos nas amostras de bebidas, permitindo identificar a origem do metanol, em parceria com o Laboratório da Polícia Federal.
Além disso, foram padronizados procedimentos para o envio e análise das amostras, garantindo uniformidade entre as polícias científicas estaduais e a PF.
Orientação à população e fiscalização
Redes de consumidores e estabelecimentos comerciais receberam orientações sobre como identificar bebidas suspeitas e alertar clientes. Hospitais e unidades de saúde foram preparados para atender casos de intoxicação, com protocolos e antídotos, como o fomepizol.
A Senacon e a Polícia Federal notificaram dezenas de estabelecimentos suspeitos, solicitando documentos sobre compras, estoques e fornecedores de bebidas. Sistemas de venda e computadores também estão sendo periciados, enquanto o governo rastreia a cadeia de fornecimento para diferenciar produtores legais e clandestinos.
Ações de médio prazo
Entre as medidas futuras, o governo anunciou parcerias com centros de pesquisa nacionais para desenvolver testes rápidos capazes de detectar metanol em bebidas, permitindo que bares, festas e eventos realizem verificações preventivas.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou que o ministério coordena toda a operação, com foco em repressão, prevenção e cooperação com a sociedade civil.
“Determinamos a abertura de um inquérito administrativo na Senacon e um inquérito policial pela Polícia Federal. Nossa atuação não será apenas repressiva, mas também pedagógica e de cooperação com a sociedade civil”, afirmou Lewandowski.
Riscos do metanol
A ingestão de bebidas adulteradas com metanol é extremamente perigosa, podendo causar cegueira, danos neurológicos e até a morte. Quando metabolizado, o metanol se transforma em ácido fórmico, altamente tóxico.
As autoridades reforçam que a população deve evitar consumir bebidas de origem desconhecida e procurar atendimento médico imediato ao apresentar sintomas como tontura, náusea, confusão mental, dificuldade visual e vômitos.
A Polícia Federal e órgãos de defesa do consumidor seguem investigando os casos para identificar e punir os responsáveis.