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O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) João Otávio de Noronha afirmou nesta quinta-feira (20) que “a maldade está mais em quem ouve do que em quem fala”, após ser criticado por uma piada sobre baianos durante um julgamento na terça-feira (18). Segundo o magistrado, a piada foi “uma brincadeira sem maldade” e sua fala foi distorcida pela imprensa.
“A vida nos mostra que a maldade está mais em quem ouve do que em quem fala. Eu tenho pela Bahia o maior apreço. O Brasil foi descoberto pela Bahia. O Brasil começa pela Bahia. A família real, quando veio ao Brasil, a primeira parada foi na Bahia. A Bahia é terra de Rui Barbosa. A Bahia é terra dos maiores cantores brasileiros”, declarou o ministro em sessão da 4ª Turma nesta quinta-feira (20).
Noronha disse que a piada foi contada a ele por um baiano, o ministro aposentado do STJ Peçanha Martins, e lamentou a nota publicada pelo governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), que considerou o comentário xenófobo. “Fiquei triste de ver que o governador soltou uma nota considerando o comentário xenofobia. Onde? Sou eu que vou hostilizar os conterrâneos de Aliomar Baleeiro? De Caetano Veloso? Quero dizer que eu não vou me intimidar. Eu não me pauto pelo comportamento que a imprensa quer me traçar. Eu pauto aquilo que acho correto. Não se faz justiça com mau-humor”, afirmou.
Durante a sessão da Corte na terça-feira (18), o ministro Raul Araújo, natural do Ceará, comentou sobre um problema no menisco, dizendo em tom de brincadeira que esse tipo de lesão é “comum a nós atletas”. Noronha respondeu com ironia: “Vossa Excelência com esse corpo atlético deve ser jogador de basquete”.
“Você já sabe, né? Baiano que joga basquete. Dizem que o baiano é tão ágil, tão ágil, que quando joga basquete, ele arremessa a bola na sexta e ela só cai no sábado“, disse João Otávio de Noronha.
