A Rússia não tem necessidade militar de usar armas nucleares na Ucrânia, disse o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, nesta terça-feira (16).
“Do ponto de vista militar, não há necessidade de usar armas nucleares na Ucrânia para atingir as metas estabelecidas”, disse Shoigu em uma conferência de segurança internacional em Moscou.
Ele criticou a especulação da mídia de que a Rússia poderia usar armas nucleares ou químicas para compensar o lento progresso em sua campanha militar de quase seis meses na Ucrânia como “mentiras absolutas”.
A probabilidade de a Rússia usar armas nucleares na Ucrânia pode mudar se a dinâmica do campo de batalha mudar, disse o general Jim Hockenhull, chefe da inteligência militar britânica, à BBC em entrevista publicada na sexta-feira.
Shoigu disse que “o principal objetivo das armas nucleares russas é impedir um ataque nuclear. Seu uso é limitado a circunstâncias extraordinárias.”
O diplomata russo Alexander Trofimov disse na conferência de não proliferação nuclear da ONU no início deste mês que essas circunstâncias incluem um ataque com uma arma de destruição em massa ou um ataque com arma convencional que “ameaçou a existência do Estado russo”.
Trofimov deixou claro que os cenários hipotéticos não eram “relevantes” para a invasão da Ucrânia pela Rússia, mas acusou a OTAN de travar um confronto híbrido que “se equilibra perigosamente à beira de um confronto militar aberto”.
A embaixada da Rússia em Washington acusou nesta terça-feira os Estados Unidos de aumentar a ameaça de “um choque militar direto de potências nucleares” por meio de “confronto híbrido” na Ucrânia.
“As medidas dos EUA para se envolver ainda mais em um confronto híbrido com a Rússia no contexto da crise ucraniana estão repletas de uma escalada imprevisível e um confronto militar direto de potências nucleares”, disse a missão russa em comunicado.
O presidente Vladimir Putin colocou as forças nucleares da Rússia em alerta máximo dias depois de lançar o que o Kremlin chama de “operação militar especial” na Ucrânia, alimentando temores de que o país possa implantar seu arsenal lá.