Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram] WhatsApp: [link do WhatsApp]
Neste domingo (25), homens armados mataram pelo menos 31 pessoas em dois ataques separados no sul do Paquistão. A violência ocorreu em uma série de incidentes na província de Baluchistão, com relatos de mais tiroteios e distúrbios na mesma região, conforme informaram a polícia e autoridades locais.
Em Musakhail, um distrito de Baluchistão, 23 pessoas foram assassinadas após serem retiradas de ônibus, veículos e caminhões, segundo o oficial de polícia Ayub Achakzai. Os atacantes incendiaram pelo menos 10 veículos antes de fugir do local. “Os homens armados não apenas mataram os passageiros, mas também os motoristas dos caminhões que transportavam carvão”, afirmou Hameed Zahir, subcomissário da área.
Em um ataque separado, no distrito de Qalat, também em Baluchistão, homens armados mataram pelo menos nove pessoas, incluindo quatro policiais e cinco transeuntes.
Os insurgentes realizaram diversos ataques na província, incluindo a destruição de uma via férrea em Bolan, o ataque a uma delegacia de polícia em Mastung e a queima de veículos em Gwadar. Não houve registros de vítimas nesses ataques.
Baluchistão enfrenta uma prolongada insurgência, com grupos separatistas atacando principalmente as forças de segurança e exigindo a independência do governo central em Islamabad. Apesar dos esforços das autoridades paquistanesas para suprimir a insurgência, a violência persiste na região.
O ataque em Musakhail ocorreu poucas horas depois que o grupo separatista proscrito Exército de Libertação de Baluchistão (BLA) advertiu a população para se manter afastada das estradas devido a ataques planejados contra as forças de segurança. Ninguém assumiu imediatamente a responsabilidade pelos recentes assassinatos.
Os separatistas frequentemente verificam documentos de identidade e sequestram ou matam pessoas que não são da província. Muitas das vítimas recentes eram originárias da província vizinha de Punjab.
Uzma Bukhari, porta-voz do governo provincial de Punjab, condenou os assassinatos, chamando-os de “motivo de grave preocupação” e pediu ao governo de Baluchistão para “intensificar os esforços para erradicar os terroristas do BLA”.
As autoridades de Baluchistão disseram que responderam aos ataques e fornecerão mais detalhes sobre as operações mais tarde. Segundo a mídia local, pelo menos 12 insurgentes foram mortos pelas forças de segurança em várias partes da província nas últimas 24 horas.
O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, e o ministro do Interior, Mohsin Naqvi, descreveram o ataque em Musakhail como “bárbaro” e prometeram que os responsáveis serão levados à justiça. Naqvi também condenou os assassinatos em Qalat.
Em maio, homens armados mataram sete barbeiros em Gwadar. Em abril, os separatistas mataram nove pessoas após sequestrá-las de um ônibus em Baluchistão, e também atacaram outro veículo, matando duas pessoas e ferindo seis. O BLA reivindicou a responsabilidade por esses ataques na época.
Syed Muhammad Ali, analista de segurança baseado em Islamabad, afirmou que os recentes assassinatos de pessoas não-baluchis visam prejudicar economicamente a província. Ele explicou que a maioria dos ataques tem o objetivo de enfraquecer Baluchistão, o que, por sua vez, enfraquece o Paquistão como um todo, podendo também atrasar o desenvolvimento na região.
A maioria dos assassinatos anteriores foi atribuída ao grupo ilegalizado e a outros que buscam a independência de Islamabad. Militantes islâmicos também têm presença na província.
O escritório do primeiro-ministro, Shehbaz Sharif, condenou os ataques em um comunicado, prometendo que as forças de segurança retaliarão e levarão os responsáveis à justiça. Baluchistão, que faz fronteira com Irã e Afeganistão, é a maior província do Paquistão em termos de área, mas a menos povoada, permanecendo muito subdesenvolvida e com altos índices de pobreza.
(Com informações de AP e Reuters)
