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Aviões de guerra israelenses bombardearam edifícios nos subúrbios de Beirute e em uma cidade no sul do Líbano nesta terça-feira, enquanto o gabinete de segurança de Israel se preparava para votar uma proposta de cessar-fogo mediada pelos Estados Unidos. O acordo busca encerrar mais de um ano de confrontos com o Hezbollah.
As esperanças no acordo aumentaram. Ele prevê uma suspensão inicial de dois meses nos combates e exige que o grupo terrorista encerre sua presença armada em uma ampla faixa do sul do Líbano, com as tropas israelenses retornando ao lado israelense da fronteira.
O gabinete de segurança israelense, reunido na tarde desta terça, deve aprovar a proposta, que, segundo autoridades libanesas, conta também com o apoio do Hezbollah.
Um dos principais pontos de atrito é a exigência de Israel de manter o direito de agir caso o Hezbollah não cumpra suas obrigações. Conforme a proposta, milhares de soldados libaneses e forças de paz da ONU seriam enviados ao sul do Líbano, enquanto um grupo internacional liderado pelos EUA supervisionaria o cumprimento do acordo.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que o exército atacaria o Hezbollah se a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) não garantir uma aplicação eficaz do tratado. “Se vocês não agirem, nós agiremos, e com grande força”, disse Katz à enviada especial da ONU, Jeanine Hennis-Plasschaert.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, afirmou nesta terça que as preocupações de segurança de Israel foram abordadas no acordo negociado por EUA e França. “Não há desculpa para não implementar o cessar-fogo. Caso contrário, o Líbano se desintegrará”, declarou Borrell, em Fiuggi, Itália, durante um encontro do G7.
Ele acrescentou que os EUA presidirão o comitê de implementação do cessar-fogo, com a participação da França, a pedido do Líbano.
Bombardeios continuam nos subúrbios ao sul de Beirute
Embora autoridades israelenses, americanas, libanesas e internacionais estejam otimistas em relação ao cessar-fogo, Israel prossegue com a campanha no Líbano, visando, segundo o governo, paralisar as capacidades militares do Hezbollah.
Nesta terça, aviões israelenses atingiram pelo menos seis edifícios nos subúrbios ao sul de Beirute. Um dos ataques ocorreu próximo ao único aeroporto do país, gerando colunas de fumaça. Não houve relatos imediatos de vítimas.
Outros bombardeios foram realizados na cidade de Tiro, onde o exército israelense afirma ter matado um comandante local do Hezbollah. Tropas israelenses também avançaram até partes do rio Litani, no Líbano, uma região-chave para o cessar-fogo iminente.
Segundo o acordo, o Hezbollah teria que mover suas forças para o norte do rio Litani, que, em algumas áreas, fica a cerca de 30 km da fronteira israelense.
Um cessar-fogo entre Israel e Hezbollah, apoiado pelo Irã, poderia reduzir significativamente as tensões regionais, que alimentam temores de uma guerra direta entre Israel e Irã. No entanto, não está claro como isso afetaria o conflito entre Israel e o Hamas em Gaza. O Hezbollah havia condicionado o cessar-fogo ao fim da guerra em Gaza, mas abandonou essa exigência.
O grupo começou a disparar contra o norte de Israel após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel. Desde então, os confrontos têm sido constantes.
Impactos do conflito
Segundo as autoridades libanesas, mais de 3.760 pessoas morreram no Líbano devido aos ataques israelenses nos últimos 13 meses, muitas delas civis. Além disso, 1,2 milhão de pessoas foram deslocadas. Israel afirma ter eliminado mais de 2.000 membros do Hezbollah.
No lado israelense, os ataques do Hezbollah deslocaram cerca de 50 mil pessoas no norte do país. Os foguetes do grupo atingiram até Tel Aviv, resultando em pelo menos 75 mortes, mais da metade civis. Mais de 50 soldados israelenses também morreram durante a ofensiva terrestre no Líbano.
Apesar do otimismo sobre o cessar-fogo, autoridades americanas alertaram que as negociações ainda não estão concluídas e que imprevistos podem atrasar ou inviabilizar o acordo.
O ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, já se posicionou contra o acordo, classificando-o como um “erro histórico”. Ele afirmou que um cessar-fogo seria uma “oportunidade perdida para erradicar o Hezbollah”.
(Com informações da AP)