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Forças rebeldes lideradas pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (Organização de Libertação do Levante, HTS, na sigla em árabe) assumiram o controle da prisão de Sednaya, um símbolo dos abusos cometidos pelo regime de Bashar al-Assad. Durante a operação, milhares de detidos foram libertados, enquanto os insurgentes consolidavam sua posição na capital Damasco.
Em mensagem divulgada no Telegram, os insurgentes declararam o “fim de uma era de tirania na prisão de Sednaya”, conhecida internacionalmente por seu histórico de abusos e execuções em massa. O Observatório Sírio de Direitos Humanos, uma organização com sede no Reino Unido que monitora o conflito, confirmou que as portas da prisão foram abertas “para milhares de detidos encarcerados pelo aparato de segurança ao longo do regime”.
Sednaya: símbolo de opressão e abusos
Localizada ao norte de Damasco, Sednaya tornou-se amplamente denunciada por organizações de direitos humanos como um centro de tortura e execuções extrajudiciais. Relatórios apontam que as forças de segurança do governo abandonaram o local antes da chegada dos insurgentes. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram prisioneiros deixando o complexo, em cenas que simbolizam o colapso do regime.
Em uma das gravações, mulheres e crianças aparecem trancadas em uma cela. Ao abrirem as portas, um dos insurgentes grita: “Assad se foi, vocês estão livres!” O momento foi amplamente compartilhado nas redes sociais, acompanhado de gestos de incredulidade e alívio das prisioneiras. Outros vídeos mostram ônibus transportando os detidos libertados de volta para suas casas, enquanto centenas desfilam pelas ruas de Damasco.
Em 2017, a Anistia Internacional publicou um relatório intitulado “O matadouro humano”, detalhando execuções secretas entre 2011 e 2015, que vitimaram entre 5 mil e 13 mil pessoas, principalmente civis opositores. Os prisioneiros enfrentavam julgamentos sumários de poucos minutos e, em seguida, eram levados para a execução.
Queda de Bashar al-Assad
A tomada de Sednaya acontece em meio ao caos generalizado na Síria, após uma ofensiva relâmpago dos rebeldes que, em apenas dez dias, atravessaram as linhas governamentais e tomaram Damasco. Na madrugada de domingo, a televisão estatal exibiu um vídeo onde um grupo anunciava a derrubada de Assad e a libertação de todos os prisioneiros. Horas antes, o Observatório Sírio de Direitos Humanos informou que Assad havia deixado o país rumo a um destino desconhecido.
Imagens de Damasco mostram cidadãos celebrando o fim de um regime que durou cinco décadas sob a família Assad. Retratos do presidente e bandeiras oficiais foram derrubados em cenas que simbolizam a virada histórica no país.
Repercussões internacionais
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que estava acompanhando de perto os “extraordinários acontecimentos” na Síria, enquanto o presidente eleito, Donald Trump, declarou em sua plataforma Truth Social: “Assad se foi”. Trump acrescentou que a Rússia, liderada por Vladimir Putin, já não estava interessada em protegê-lo.
Lideranças rebeldes e o comandante das Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pelos Estados Unidos, saudaram a queda do “regime autoritário”. No entanto, analistas alertam para os desafios que a Síria enfrentará para estabilizar o país após anos de guerra civil.
Embora as celebrações em Sednaya e outras regiões do país marquem um momento histórico, especialistas enfatizam a necessidade de cooperação internacional e reconstrução para garantir a paz e a reconciliação em um cenário profundamente fragmentado.