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Na Organização dos Estados Americanos (OEA), o chanceler argentino Gerardo Werthein exigiu que o presidente Nicolás Maduro conceda os salvo-condutos necessários para que seis opositores do regime venezuelano, atualmente refugiados na Embaixada da Argentina em Caracas, possam deixar o país com segurança.
Durante uma videoconferência, o ministro de Relações Exteriores da Argentina condenou a decisão política de Maduro de negar esses documentos e detalhou as operações ilegais realizadas pelo regime contra os opositores. Segundo Werthein, os asilados estão sendo alvo de constantes perseguições, incluindo interrupções no fornecimento de água e energia elétrica, restrições na entrada de alimentos e a presença contínua de forças de segurança ao redor da sede diplomática.
“O governo venezuelano não só negou os salvoconductos, mas também tem adotado ações de hostilidade inaceitáveis. Os asilados estão sendo submetidos a uma situação de desgaste físico e psicológico”, afirmou Werthein. Ele acrescentou que as condições para esses opositores são insustentáveis e exigem uma resposta firme da comunidade internacional.
A reunião extraordinária da OEA começou às 9h, no horário local dos Estados Unidos, com a presença de representantes de vários países, incluindo Canadá, Chile, Costa Rica, Estados Unidos, Uruguai e outros. A Argentina foi acompanhada por vários países que apoiaram a sua iniciativa, enquanto outros, como Brasil, México, Bolívia e Colômbia, optaram por se manter neutros na questão.
Werthein criticou a falta de ação de países como Brasil e México, destacando que os direitos humanos não podem ser respeitados com “duas medidas”. Ele afirmou: “Os direitos humanos não admitem varas duplas. A liberdade e a dignidade das pessoas não devem ser sujeitas a negociações políticas”.
O chanceler argentino destacou que a OEA tem a responsabilidade de agir com unidade e coerência, cobrando uma posição clara sobre a violação da inviolabilidade das missões diplomáticas e a perseguição aos opositores. “Estamos exigindo a concessão imediata dos salvoconductos para que essas pessoas possam deixar o país de forma segura e sem restrições”, reiterou.
Os seis opositores refugiados na embaixada argentina incluem figuras políticas importantes da oposição ao regime de Maduro, como Magalli Meda, Omar González, Pedro Urruchurtu, Humberto Villalobos, Claudia Macero e Fernando Martínez Mottola. Esses dirigentes se refugiaram na embaixada antes das eleições presidenciais, quando Maduro enfrentou a oposição de Edmundo González Urrutia e María Corina Machado, e reagiram a um fraude eleitoral que lhe garantiu a permanência no poder.
O discurso de Werthein também ressaltou a crescente ruptura geopolítica dentro da OEA, com alguns países adotando uma postura de apoio à Argentina e outros, como Brasil e México, preferindo uma posição de neutralidade em relação à situação.
A embaixadora argentina na OEA, Sonia Cavallo, forneceu provas das violações cometidas pelo regime de Maduro, mas se deparou com o silêncio ou explicações evasivas de alguns países membros. A postura do Brasil foi especialmente criticada, pois, apesar de o governo brasileiro conhecer as operações do regime venezuelano contra os opositores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou o embaixador brasileiro a se distanciar da posição argentina.