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O exército israelense negou na quinta-feira as acusações sobre a morte de cinco jornalistas palestinos em um ataque na Faixa de Gaza, insistindo que o alvo era um grupo de terroristas da Jihad Islâmica.
“Em relação ao ataque das IDF nesta manhã em Nuseirat e às falsas alegações sobre o ataque a jornalistas… As FDI eliminaram terroristas da Jihad Islâmica”, escreveu o Tenente Coronel Nadav Shoshani, porta-voz das Forças de Defesa de Israel, na rede social X. “Insto os meios de comunicação a obterem suas informações de fontes verificadas que não estejam relacionadas ao terrorismo”, acrescentou.
O incidente mencionado por Shoshani ocorreu durante a noite, quando um ataque atingiu um veículo em frente ao hospital Al-Awda, no campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza. Segundo o canal de TV Al Quds Today, vinculado ao grupo terrorista Hamas, as vítimas eram seus funcionários: Faisal Abu al Qumsan, Ayman al Jadi, Ibrahim al Sheij Ali, Muhammad al Ladah e Fadi Hassouni.
As Forças de Defesa de Israel afirmaram em outro comunicado que realizaram um “ataque preciso” contra um veículo que, segundo suas informações, pertencia a uma célula da Jihad Islâmica na região. “Antes do ataque, foram tomadas várias medidas para mitigar o risco de danos a civis, incluindo o uso de munições precisas, vigilância aérea e coleta adicional de inteligência”, detalharam.
Um vídeo do local mostrava os restos retorcidos de uma van branca com o que parecia ser o restante da palavra “PRENSA” em vermelho nas portas traseiras. Durante o funeral realizado fora do hospital, os corpos foram envoltos em sudários brancos e cobertos com coletes azuis, identificando-os como supostos jornalistas.
Este incidente ocorre em meio à crescente preocupação com a segurança dos jornalistas no conflito. Segundo o Sindicato dos Jornalistas Palestinos, mais de 190 repórteres palestinos morreram por fogo israelense desde o início da guerra, em outubro de 2023. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas contabiliza mais de 130 jornalistas palestinos mortos desde o início do conflito.
Israel restringiu severamente o acesso da imprensa internacional a Gaza, permitindo sua entrada apenas em missões militares controladas. Recentemente, o estado hebreu proibiu a operação da rede Al Jazeera e acusou seis de seus jornalistas em Gaza de serem terroristas, alegações que a emissora com sede no Catar refuta.
O ataque de quinta-feira ocorreu no meio de uma nova onda de bombardeios israelenses que, segundo meios palestinos, causaram pelo menos 20 mortos e uma trintena de feridos em vários pontos da Faixa.
Os ataques incluíram bombardeios no bairro de Zeitún, onde cinco pessoas morreram, e no bairro de Sabra, onde foram registradas dez vítimas fatais.
Por outro lado, o exército informou que um soldado reservista de 35 anos foi morto durante combates no centro de Gaza nas primeiras horas de quinta-feira. Um total de 389 soldados foram mortos em Gaza desde o início da operação terrestre no enclave, há mais de um ano.
A guerra começou quando terroristas liderados pelo Hamas cruzaram a fronteira em um ataque surpresa contra bases militares e comunidades agrícolas próximas. Mataram cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis, e sequestraram cerca de 250. Cerca de 100 reféns ainda estão em Gaza, e acredita-se que pelo menos um terço deles estão mortos.
As ofensivas aéreas e terrestres israelenses já cobraram a vida de mais de 45.000 palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, cujos números não distinguem entre vítimas civis e combatentes, mas afirmam que mais da metade dos mortos eram mulheres ou menores.
A ofensiva causou uma destruição generalizada e deslocou quase 90% dos 2,3 milhões de residentes no enclave de suas casas. Centenas de milhares vivem agora em acampamentos precários ao longo da costa, com pouca proteção contra o frio e o inverno úmido.
A situação humanitária no enclave é crítica, com milhares de palestinos enfrentando condições de fome no norte, segundo um recente relatório da FEWS NET, um órgão de monitoramento de crises alimentares dos Estados Unidos.
(Com informações da EFE, AP e Reuters)