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A Direção de Inteligência do governo interino da Síria frustrou um ataque do grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) contra o santuário de Sayeda Záinab, localizado em um subúrbio de Damasco, um local de peregrinação em massa para os xiitas, conforme informou neste sábado a agência estatal de notícias Sana.
De acordo com o relatório da Sana, os membros da célula terrorista foram detidos antes de conseguirem detonar uma explosão no interior do santuário.
O Ministério do Interior sírio divulgou fotografias de quatro homens identificados como militantes do ISIS, capturados nas imediações da capital. Também foram divulgadas imagens do material supostamente apreendido, incluindo dois fuzis, o que pareciam ser três artefatos explosivos e várias granadas de mão. Além disso, as fotos mostravam documentos de identidade de dois libaneses e um refugiado palestino residente no Líbano.
O ataque frustrado intensifica os temores de que o ISIS esteja se preparando para voltar a atuar na Síria após a queda, no mês passado, do ditador Bashar al-Assad.
Alguns sírios e potências estrangeiras expressam preocupação de que os novos líderes do país, pertencentes ao grupo islâmico sunita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que forçou a saída de Assad em 8 de dezembro, possam impor um governo islâmico rígido em um país com diversos grupos minoritários, como drusos, curdos, cristãos e xiitas.
Porém, o anúncio do governo interino da Síria de que frustrou um ataque direcionado contra muçulmanos xiitas ocorre no contexto de garantias de que o país protegerá as minorias religiosas.
“A Direção Geral de Inteligência está utilizando todos os seus recursos para enfrentar todas as tentativas de ataques contra o povo sírio em toda sua diversidade”, afirmou um oficial de inteligência à Sana.
O Estado Islâmico, grupo terrorista muçulmano sunita, já havia reivindicado ataques anteriores no santuário e arredores, incluindo um no ano passado e outro em 2017, quando ao menos 40 pessoas morreram.
Neta do profeta Maomé, Sayeda Záinab é venerada pelos muçulmanos xiitas, e a mesquita e o santuário, localizados a 10 quilômetros ao sul de Damasco, atraem peregrinos xiitas de toda a região.
Guardas apoiados pelo regime do Irã costumavam estar posicionados nas portas do mausoléu, mas fugiram pouco antes de os rebeldes sunitas tomarem a capital síria no mês passado, derrubando Bashar al-Assad.
A defesa do santuário havia sido um apelo à unidade durante os 13 anos de guerra civil na Síria, atraindo milicianos xiitas de toda a região para apoiar o ditador sírio Bashar al-Assad. Contudo, a destituição de Assad no mês passado enfraqueceu consideravelmente a posição das forças xiitas na Síria, incluindo o regime iraniano e o grupo terrorista libanês Hezbollah, aliado de Teerã.
Por outro lado, essa foi a primeira vez que as novas autoridades de Damasco afirmam ter frustrado um atentado do ISIS.
O Estado Islâmico tomou grandes extensões de território na Síria e no Iraque nos primeiros anos da guerra civil, e declarou um “califado” transfronteiriço em 2014. As forças curdas da Síria, com o apoio dos Estados Unidos, derrotaram esse protoestado em 2019, mas os jihadistas mantiveram sua presença no vasto deserto sírio.
(Com informações da AFP e Reuters)