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Pelo menos 100 homens que estavam realizando mineração ilegal em uma mina de ouro abandonada na África do Sul morreram após ficarem presos a grandes profundidades por meses, enquanto a polícia tentava resgatá-los, informou nesta segunda-feira (13) um grupo que representa os mineradores.
Sabelo Mnguni, porta-voz do grupo Comunidades Afetadas pela Mineração Unidas em Ação, disse à agência de notícias AP que um celular enviado à superfície com alguns mineradores resgatados na sexta-feira continha dois vídeos mostrando dezenas de corpos enterrados, envoltos em plástico.
Mnguni afirmou que “no mínimo” 100 homens morreram na mina, localizada na província do Noroeste, onde a polícia iniciou uma operação em novembro para forçar os mineradores a saírem. Segundo Mnguni, suspeita-se que as mortes tenham ocorrido por fome ou desidratação. Ele também informou que, desde sexta-feira, 18 corpos foram retirados.
Ele explicou que nove desses corpos foram recuperados em uma operação liderada pela comunidade na sexta-feira. Outros nove foram retirados na segunda-feira em uma operação oficial das autoridades, quando também foram resgatados 26 sobreviventes, disse Mnguni.
O porta-voz da polícia, brigadier Sebata Mokgwabone, indicou que ainda estão verificando informações sobre quantos corpos foram recuperados e quantos sobreviventes foram resgatados após o início de uma nova operação de resgate na segunda-feira.
A mineração ilegal é comum em várias regiões da África do Sul, onde empresas fecham minas que já não são mais rentáveis, deixando que grupos de mineradores informais entrem ilegalmente em busca de depósitos remanescentes.
Os vídeos enviados à superfície no celular, que foram divulgados publicamente pelo grupo de Mnguni, mostram dezenas de corpos que parecem estar mortos, envoltos em plástico e deitados em túneis escuros sob a terra. Homens debilitados foram vistos sentados perto deles.
A mina tem sido palco de confrontos entre a polícia e os mineradores desde que as autoridades tentaram pela primeira vez forçar a saída dos mineradores e selar a mina, há dois meses. A polícia afirmou que os mineradores se recusaram a sair com medo de serem presos, mas Mnguni garantiu que eles ficaram presos após a polícia retirar as cordas que usavam para sair da mina.
A polícia também cortou os suprimentos de alimentos para os mineradores, na tentativa de forçá-los a sair. Grandes grupos de mineradores ilegais costumam ficar sob a terra por meses para maximizar seus lucros, levando alimentos, água, geradores e outros equipamentos, mas também contando com o envio de mais suprimentos pelos membros do grupo que ficam na superfície.
A polícia afirmou que não sabe exatamente quantos mineradores ilegais ainda permanecem sob a terra na mina de ouro Buffelsfontein, próxima à cidade de Stilfontein, no norte do país, mas acredita-se que sejam centenas.
Mnguni informou que pelo menos 500 mineradores ainda estão sob a terra em diferentes áreas da mina, que é uma das mais profundas da África do Sul, com 2,5 quilômetros de profundidade, vários poços, múltiplos níveis e um labirinto de túneis, explicou. Ele acrescentou que um relatório preliminar de autópsia de um corpo que foi recuperado anteriormente indicou que o homem morreu de fome.
(Com informações da AP)
