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O general de mais alta patente de Israel renunciou nesta terça-feira, citando falhas de segurança e inteligência relacionadas ao ataque surpresa do Hamas, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.
Enquanto isso, Israel lançou nesta terça-feira uma grande operação militar na cidade de Jenin, na Cisjordânia, que, segundo o Ministério da Saúde palestino, matou pelo menos seis pessoas e feriu 35.
O tenente-general Herzi Halevi é a figura israelense de maior patente a renunciar devido ao colapso da segurança em 7 de outubro de 2023, quando milhares de militantes liderados pelo Hamas realizaram um ataque por terra, mar e ar no sul de Israel, devastando bases militares e comunidades próximas por várias horas.
O ataque matou cerca de 1.200 pessoas, em sua maioria civis, e resultou no sequestro de outras 250. Mais de 90 reféns permanecem em cativeiro em Gaza, dos quais cerca de um terço são dados como mortos.
Em sua carta de renúncia, Halevi afirmou que o exército, sob seu comando, havia “falhado em sua missão de defender o Estado de Israel”. Halevi, que iniciou o que deveria ser um mandato de três anos em janeiro de 2023, declarou que sua renúncia entrará em vigor em 6 de março.
Israel havia anunciado anteriormente uma “operação militar significativa e ampla” contra militantes palestinos em Jenin. A cidade tem sido palco de repetidas incursões israelenses e confrontos armados com militantes nos últimos anos, mesmo antes do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que iniciou a guerra em Gaza.
A operação mais recente ocorreu poucos dias após um frágil cessar-fogo com o Hamas em Gaza, que está previsto para durar seis semanas e prevê a libertação de 33 reféns mantidos por militantes em troca de centenas de palestinos presos por Israel. Três reféns e 90 prisioneiros foram libertados no domingo, quando o acordo entrou em vigor.
Israel capturou a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental na guerra do Oriente Médio de 1967. Os palestinos buscam um estado independente que abranja os três territórios.
O cessar-fogo não se aplica à Cisjordânia, que tem registrado um aumento da violência desde o início da guerra. Tropas israelenses têm realizado incursões quase diárias, que frequentemente resultam em tiroteios.
Também houve um aumento nos ataques contra palestinos por extremistas judeus, incluindo um ataque violento em duas aldeias palestinas na noite de segunda-feira, assim como ataques palestinos contra israelenses.
O Hamas condenou a operação israelense em Jenin e pediu aos palestinos na Cisjordânia ocupada que intensifiquem seus próprios ataques.
O grupo militante Jihad Islâmica, menor e mais radical, também condenou a operação, afirmando que ela reflete o “fracasso de Israel em alcançar seus objetivos em Gaza”. O grupo também descreveu a ação como uma “tentativa desesperada” do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de salvar sua coalizão governante.
Netanyahu enfrentou críticas de seus aliados de extrema-direita pelo cessar-fogo, que exigiu que as tropas israelenses se retirassem de áreas povoadas de Gaza e prevê a libertação de centenas de prisioneiros palestinos, incluindo militantes condenados por ataques fatais contra israelenses.
O cessar-fogo já permitiu ao Hamas retomar as ruas, demonstrando que mantém um controle firme sobre o território, apesar de 15 meses de guerra que mataram dezenas de milhares de palestinos e causaram uma devastação generalizada.
Um de seus antigos aliados, Itamar Ben-Gvir, renunciou ao governo no dia em que o cessar-fogo entrou em vigor, enfraquecendo a coalizão, mas ainda deixando Netanyahu com maioria parlamentar. Outro líder de extrema-direita, o ministro das Finanças Bezalel Smotrich, ameaçou deixar o governo caso Israel não retome a guerra. A campanha militar israelense matou mais de 47.000 palestinos em Gaza, segundo autoridades de saúde locais, que afirmam que mulheres e crianças representam mais da metade das vítimas fatais, embora não especifiquem quantos dos mortos eram combatentes.
(Com informações da AP)
