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O presidente Gustavo Petro não escondeu sua irritação diante do anúncio dos Estados Unidos sobre a repatriação de colombianos. Ele foi claro ao afirmar que o país não receberá os voos, pois o tratamento dado aos compatriotas é indigno.
“Os EUA não podem tratar os migrantes colombianos como criminosos. Desautorizo a entrada de aviões norte-americanos com migrantes colombianos em nosso território. Os EUA devem estabelecer um protocolo de tratamento digno aos migrantes antes que os recebamos”, escreveu o presidente em sua conta no X na madrugada de domingo (26).
O recente anúncio do presidente colombiano Gustavo Petro sobre a recusa em receber cidadãos deportados dos Estados Unidos reflete um momento tenso nas relações entre os dois países. O mandatário exigiu um protocolo que garantisse o respeito aos direitos humanos antes de aceitar a repatriação desses cidadãos.
A postura colombiana ocorreu em um contexto de endurecimento das políticas migratórias nos Estados Unidos, lideradas pelo presidente Donald Trump. Nos primeiros dias de seu segundo mandato, Trump implementou medidas severas contra a migração irregular, incluindo a deportação em massa de pessoas detidas na fronteira com o México. Segundo dados oficiais, 538 pessoas foram recentemente presas e centenas mais deportadas em voos militares, no que a Casa Branca descreveu como “a maior operação desse tipo na história do país”.
Deportados obrigados a voltar aos seus países de origem
Entre os deportados estão migrantes de diversas nacionalidades, alguns dos quais foram acusados de crimes graves. As autoridades norte-americanas justificam essas ações apontando a presença de supostos criminosos nos grupos de deportados, enquanto especialistas em direitos humanos criticam essas operações como atos de propaganda que desumanizam as pessoas em situação irregular.
A política migratória da administração Trump gerou controvérsia desde o início. As medidas incluem a reinstauração de programas que obrigam os solicitantes de asilo a esperar no México, a suspensão de vias legais para a migração e a construção do muro fronteiriço. Essas ações foram qualificadas como restritivas e discriminatórias por organizações internacionais, que ressaltam que o direito de solicitar asilo é um princípio fundamental do direito internacional.
Enquanto isso, na Colômbia, a decisão de Petro pode complicar as relações bilaterais com os Estados Unidos, tradicionalmente um de seus aliados mais importantes. Ao mesmo tempo, evidencia a crescente pressão sobre os países de origem e trânsito de migrantes, que enfrentam uma crise humanitária de grande magnitude. Em países como a Guatemala, que também recebeu aviões com deportados recentemente, as autoridades não esclareceram se essas ações fazem parte das novas políticas norte-americanas ou de operações planejadas anteriormente.
A migração continua sendo um tema central na agenda política dos Estados Unidos, e as promessas de Trump de intensificar as deportações são vistas por muitos como uma estratégia para reforçar sua base eleitoral. No entanto, essas ações não estão isentas de controvérsia, pois enfrentam desafios legais e éticos, tanto no âmbito nacional quanto internacional.
O dilema migratório não é novo, mas as políticas atuais parecem estar empurrando os limites das relações diplomáticas e dos compromissos internacionais. A resposta da Colômbia e de outros países afetados pode determinar o rumo dessa crise e o impacto dessas medidas em milhões de pessoas que buscam melhores oportunidades fora de suas fronteiras.
