Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão. Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
O mundo celebra nesta segunda-feira o 80º aniversário da libertação de Auschwitz, com a presença de alguns dos poucos sobreviventes restantes e líderes mundiais em atos de memória neste campo de extermínio construído pela Alemanha nazista na Polônia.
A cerimônia começou pela manhã com um evento especial, onde alguns sobreviventes, acompanhados pelo presidente polonês Andrzej Duda, prestaram uma homenagem no Muro da Morte de Auschwitz — o local onde prisioneiros eram executados. Vistindo toucas e lenços listrados azuis e brancos, símbolo de seus antigos uniformes, os sobreviventes acenderam velas em memória dos falecidos, em silêncio e com grande reverência.
A cerimônia principal, realizada em seguida, contou com a presença de dezenas de líderes mundiais, incluindo os presidentes da França e da Alemanha, o rei britânico Carlos III e o ministro da Educação de Israel. Pawel Sawicki, porta-voz do Museu de Auschwitz, afirmou que este ano o foco seria nos sobreviventes e em sua mensagem: “Não haverá discursos de políticos”.
Em sua intervenção, o presidente polonês, Andrzej Duda, destacou o papel fundamental da Polônia como guardiã da memória histórica do Holocausto. “Três milhões de judeus de nacionalidade polonesa” foram exterminados em Auschwitz, junto a russos, ciganos e pessoas de várias nacionalidades, lembrou. “Os poloneses são os guardiões da memória”, declarou, também homenageando o capitão Witold Pilecki, herói da resistência polonesa que se infiltrou no campo de concentração para documentar os crimes nazistas. “Hoje, nós somos os herdeiros do capitão Pilecki”, disse Duda, desejando que “a memória daqueles que aqui sofreram permaneça” e que seu “descanso seja em paz”.
O presidente francês, Emmanuel Macron, iniciou o dia visitando o Memorial do Holocausto em Paris antes de viajar para a Polônia. “Nunca nos esqueçamos dos milhões de vítimas do Holocausto. Lutemos incansavelmente contra o antissemitismo e o ódio em nome de todos os que morreram. Sejamos a memória de sua memória”, escreveu em suas redes sociais.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, alertou sobre o enfraquecimento da memória do Holocausto e criticou aqueles que ainda tentam destruir nações inteiras. “Devemos superar o ódio que leva a abusos e assassinatos. Devemos evitar o esquecimento”, afirmou Zelensky.
Desde Moscou, o presidente russo, Vladimir Putin, lembrou o papel crucial do Exército Vermelho na libertação de Auschwitz. Já a presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enfatizou o compromisso europeu com a memória, dizendo: “Nunca esqueceremos os 6 milhões de judeus assassinados a sangue frio.”
A cerimônia central ocorre em um momento particularmente sensível, com o aumento do antissemitismo na Europa e no resto do mundo. Os organizadores destacam a importância deste aniversário de 80 anos, sublinhando a urgência de preservar e transmitir o testemunho dos sobreviventes para as futuras gerações.
