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O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, destituiu neste sábado o líder da área da Saúde, Andrew Gwynne, após a divulgação de mensagens antissemitas e contra o povo e outros políticos, enviadas por ele através do WhatsApp a diversos grupos.
“O Primeiro-Ministro está determinado a manter critérios elevados de conduta e liderar um governo voltado para o serviço público e trabalhadores. Ele não hesitará em tomar medidas contra qualquer ministro que não cumpra esses critérios, como ocorreu neste caso”, disse um porta-voz de seu gabinete.
Simultaneamente, o Partido Trabalhista decidiu expulsá-lo da legenda e iniciou uma investigação interna, “de acordo com os regulamentos e o procedimento estabelecido”.
Por sua vez, Gwynne lamentou o ocorrido, mas afirmou que se tratou de “comentários mal interpretados”. “Sempre servi ao Partido Trabalhista e foi uma grande honra ser ministro de Keir Starmer. Compreendo totalmente a decisão, mas sinto grande pesar”, declarou.
As conversas polêmicas foram divulgadas nas últimas horas pelo jornal britânico Daily Mail e expõem comentários do ex-funcionário contra o povo judeu, piadas com britânicos e até declarações racistas sobre outros colegas do Partido.
Em um dos chats, os participantes discutem uma reunião do Partido Trabalhista, e um dos conselheiros pergunta se o psicólogo americano Marshall Rosenberg foi convidado.
“Marshall Rosenberg também estará lá?”, questiona um deles, ao que Gwynne responde, em tom de brincadeira: “Não, soa muito militarista e muito judeu. Ele está no Mossad?”.
Em outro trecho da conversa, ele escreve: “Geoffrey, a Girafa [um desenho animado], diz para não sermos tão desagradáveis com os judeus”.
Outra conversa inclui uma piada sobre uma vizinha de 72 anos de Stockport que havia enviado uma solicitação ao seu conselheiro.
“Prezado Sr. Sedgwick, embora eu não seja de forma alguma responsável pela sua reeleição, achei que seria um bom momento para entrar em contato sobre a coleta de lixo”, escreveu a idosa. O texto foi enviado a um grupo pelo próprio Sedgwick, e o ex-ministro respondeu de forma irônica: “Cara vizinha, que se dane seus contêineres de lixo. Fui reeleito, e sem o seu voto, não posso fazer nada”.
No mesmo tom, ele se referiu a outro cidadão que pedia mais ciclovias ao governo. “Tive uma visão otimista de vê-lo sendo atropelado por um caminhão da Elsa Waste enquanto pedalava para o Fallowfield Loop. Não poderíamos ser tão sortudos!”, enviou ao grupo.
Diane Abbott também foi alvo de Gwynne, depois que ela substituiu Jeremy Corbyn e se tornou a primeira deputada afrodescendente a ocupar o cargo de questionadora do Primeiro-Ministro, em outubro de 2019.
“Quem está pronto para as perguntas de Diane ao Primeiro-Ministro?”, escreveu um dos membros do chat antes da reunião, e Gwynne respondeu: “Sim, porque aparentemente é o mês da História Negra”.
“David Lammy não estava disponível? Eu também aceitaria o cadáver de Bernie Grant”, continuou a conversa, em referência a outros deputados afrodescendentes do Partido, alguns já falecidos.
Gwynne retrucou: “Ou Desmond Swayne? Justin Trudeau?”, em uma alusão implícita à polêmica sobre racismo envolvendo fotos suas com caricaturas ofensivas.
