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Autoridades alemãs iniciaram uma intensa operação de busca por um grupo de supostos espiões russos que desapareceram em fevereiro após serem identificados na fronteira com a República Checa. O comando, possivelmente vinculado à inteligência militar russa (GRU), teria ingressado na Alemanha com o objetivo de realizar ataques a instalações civis e militares.
De acordo com o jornal Bild am Sonntag, a polícia alemã detectou, no dia 16 de fevereiro, um homem de 30 anos durante um controle de fronteira em Saxônia, que já estava fichado como “experto saboteador do espionagem russo”. Este indivíduo, especializado em explosivos, ataques eletrônicos e envenenamentos, estava a bordo de uma van Mercedes Sprinter com placas da Macedônia, acompanhado de outros três homens e uma mulher.
A ação foi coordenada após informações dos serviços de inteligência da Macedônia do Norte e da República Checa, que alertaram sobre a entrada de um grupo terrorista vinculado ao GRU em território alemão. Durante o controle, as autoridades descobriram um telefone celular suspeito, o que deu início a uma operação de vigilância encoberta liderada pelo Serviço de Contrainteligência Militar da Alemanha (MASD) e pela Agência Federal de Proteção à Constituição.
Apesar da vigilância, o grupo conseguiu escapar. A mulher deixou o veículo em Leipzig, desaparecendo em um prédio perto do centro da cidade. Posteriormente, dois homens se separaram do grupo em Hannover-Bemerode, enquanto o veículo continuou sua rota por áreas rurais, dificultando o trabalho das autoridades. Até o momento, o veículo e seus ocupantes permanecem desaparecidos.
Esse incidente ocorre em um contexto de crescente preocupação na Europa com atividades de espionagem e sabotagem atribuídas à Rússia. Desde a invasão da Ucrânia, em 2022, houve um aumento significativo de ataques cibernéticos e atividades de espionagem atribuídos a Moscou no continente europeu.
Fontes citadas pelo Bild indicam que o jovem de 30 anos, identificado como membro do grupo, seria um “graduado de elite de uma escola do GRU para forças especiais russas”, especializado em sabotagem. A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, não descartou que esse caso faça parte de um plano maior para minar o apoio militar da Alemanha à Ucrânia.
Recentemente, a Alemanha acusou a Rússia de realizar uma série de ciberataques, incluindo contra o Partido Social Democrata, atualmente no governo, além de empresas nos setores de logística, defesa e tecnologia da informação.
O GRU, serviço de inteligência militar russo, tem sido associado a atividades clandestinas em território europeu, incluindo a tentativa de envenenamento de Sergey Skripal e sua filha no Reino Unido, em 2018. Além disso, a unidade 29155 do GRU foi identificada como responsável por ciberataques contra países da OTAN e da União Europeia, além de praticar espionagem e sabotagem, incluindo o roubo de dados e desfiguração de sites.
