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O Reino Unido, França, Alemanha e Itália apoiaram, no sábado, uma proposta dos países de maioria muçulmana para reconstruir a Faixa de Gaza.
A contraproposta ao plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que propunha tomar o controle de Gaza e deslocar seus residentes, “promete — se implementado — uma melhoria rápida e sustentável das condições de vida catastróficas dos palestinos que vivem em Gaza”, disseram os ministros de Relações Exteriores dos quatro países em uma declaração conjunta.
A Organização de Cooperação Islâmica (OCI), composta por 57 membros, adotou formalmente, no sábado, durante uma reunião de emergência em Jidá, na Arábia Saudita, um plano apresentado pela Liga Árabe.
O plano, elaborado pelo Egito como alternativa ao amplamente condenado projeto de controle de Trump, propõe reconstruir a Faixa de Gaza sob a administração futura da Autoridade Palestina.
Ao contrário do plano de Trump, a proposta egípcia busca fazer isso sem deslocar os 2,4 milhões de habitantes do território, que sofreram 17 meses de guerra.
A OCI, que representa o mundo muçulmano, fez um apelo em comunicado à “comunidade internacional e às instituições financeiras internacionais e regionais para fornecer, de forma imediata, o apoio necessário ao plano”.
A proposta egípcia — que não prevê um papel para o grupo terrorista Hamas, que atualmente controla Gaza — já foi rejeitada tanto pelos Estados Unidos quanto por Israel. No entanto, os ministros de Relações Exteriores europeus afirmaram que a proposta “mostra um caminho realista para a reconstrução de Gaza”. No comunicado, eles enfatizaram: “Deixamos claro que o Hamas não deve governar Gaza nem representar mais uma ameaça para Israel”.
“Apreciamos os esforços sérios de todas as partes interessadas e valorizamos a importante mensagem que os estados árabes enviaram ao elaborar conjuntamente este plano de recuperação e reconstrução”, acrescentaram.
“Estamos comprometidos a trabalhar com a iniciativa árabe, os palestinos e Israel para abordar esses temas juntos”, conclui o texto conjunto de Londres, Paris, Berlim e Roma.
Embora Washington tenha rejeitado a proposta egípcia, o enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, afirmou que o plano “não cumpre as expectativas”, mas representa um “primeiro passo de boa fé por parte dos egípcios”.
O ministro egípcio de Relações Exteriores, Badr Abdelatty, anunciou à agência AFP a adoção da proposta egípcia, “que agora se tornou um plano árabe-islâmico”. “É sem dúvida algo muito positivo”, acrescentou.
Em uma cúpula realizada na terça-feira no Cairo, os líderes árabes também anunciaram a criação de um fundo para financiar a reconstrução de Gaza e pediram apoio da comunidade internacional.
“O próximo passo será transformar este plano em um plano internacional, que deverá ser aprovado pela União Europeia e por parceiros internacionais como Japão, Rússia, China e outros”, disse Abdelatty.
A reunião de Jidá é um sinal de “unidade dentro do mundo muçulmano”, afirmou Umar Karim, especialista em Arábia Saudita da Universidade de Birmingham, no Reino Unido.
Além disso, a reunião da OCI também confirmou a reintegração da Síria na organização, suspensa em 2012 após a repressão contra um levante prodemocrático imposto pelo ex-ditador Bashar al-Assad, que foi deposto do poder em 8 de dezembro por uma coalizão rebelde, após 13 anos de guerra civil.
O Ministério das Relações Exteriores da Síria celebrou o “passo importante para o retorno da Síria à comunidade regional e internacional como um estado livre e justo”.
