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Nesta terça-feira (18), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, terão uma conversa telefônica para discutir o avanço de um cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia, um passo essencial para encerrar a guerra que, desde 2022, tem gerado tragédias no campo de batalha e afetado a agenda global, principalmente nos setores de energia e segurança alimentar.
O diálogo, que ocorrerá através do “telefone vermelho”, já representa uma vitória para Putin. Inicialmente, tanto o presidente dos Estados Unidos quanto o ucraniano Volodimir Zelensky haviam sugerido uma trégua de 30 dias, seguida por uma rodada de negociações diplomáticas. No entanto, Putin rejeitou essa proposta e exigiu mudanças significativas nas condições para que as conversas avançassem. O líder russo propôs que a trégua fosse um resultado imediato de um acordo básico com os Estados Unidos, e apresentou uma lista de exigências que, segundo especialistas, serão difíceis de aceitar por Zelensky e pela maioria dos países europeus.
Uma das principais exigências de Putin é que a Ucrânia ceda a soberania de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporiyia, regiões que ele anexou após a invasão de 2022. As tropas ucranianas continuam a resistir fortemente nessas áreas, sem que o controle russo seja absoluto. Trump, por sua vez, demonstrou disposição para negociar sobre esses territórios, conforme declarou recentemente: “Falaremos sobre terras. Muitas terras são muito diferentes de como eram antes da guerra. Também discutiremos usinas de energia, que é uma grande questão”, afirmou o ex-presidente durante uma viagem de volta à Casa Branca.
O último avanço nas negociações ocorreu em 11 de março, quando a Ucrânia aceitou uma proposta de cessar-fogo de 30 dias apresentada pelos Estados Unidos em Jeda, na Arábia Saudita. Zelensky agradeceu a Trump pela disposição de trabalhar pela paz, mas o comunicado emitido na ocasião não menciona qualquer exigência de concessão de soberania sobre os territórios ocupados pela Rússia.
Além da questão territorial, Trump e Putin também discutirão questões de segurança que envolvem a proposta de Zelensky para a presença de tropas de paz da França e do Reino Unido na Ucrânia. O presidente ucraniano também sugere que os Estados Unidos e a OTAN continuem a fornecer armamento e inteligência para prevenir possíveis ofensivas russas. Putin, no entanto, é contra essas propostas e exige que a Ucrânia não se junte à OTAN, uma demanda que Trump apoia.
Outro ponto que estará em discussão é o método para monitorar a extensa fronteira entre Ucrânia e Rússia, caso o cessar-fogo seja estabelecido. Zelensky concorda com a criação de um mecanismo multilateral para evitar confrontos futuros, enquanto Putin propõe um sistema de controle diplomático. Além disso, Trump planeja sugerir um sistema de troca de prisioneiros de guerra, que incluiria civis e militares ucranianos, além de crianças sequestradas e levadas para a Rússia.
Os negociadores de Estados Unidos, Rússia e Ucrânia ajustaram nos últimos dias os detalhes para garantir que a conversa entre Trump e Putin represente um avanço rumo à paz. No entanto, três questões ainda permanecem como obstáculos significativos para um acordo definitivo:
- A exigência territorial de Putin.
- A proposta de segurança de Zelensky com a presença de forças de paz.
- A assistência militar e de inteligência que Zelensky solicita, mas que Putin rejeita.
Trump terá de usar sua habilidade de negociação para tentar avançar nas conversas e, finalmente, silenciar os canhões na Ucrânia e na Rússia, em um esforço para pôr fim a um conflito devastador para ambos os países e para o mundo.
