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Um ataque violento contra Arié Engelberg, rabino da cidade de Orléans, na França, ocorrido no sábado (23), gerou uma série de reações políticas, em meio a um aumento de atos antissemitas no país. Engelberg foi agredido com socos, mordidas e insultos por um adolescente de 16 anos quando saía da sinagoga local com seu filho de 9 anos. (Vídeo no final da matéria).
Segundo uma reportagem da France 3, o agressor, que perguntou ao rabino se ele era judeu antes de atacá-lo para confirmar sua identidade, fugiu após o incidente. No entanto, graças às imagens de câmeras de segurança, o jovem foi identificado e preso horas depois em uma rua de Orléans. De acordo com as primeiras informações, o menor não tinha antecedentes criminais.
Engelberg estava voltando da sinagoga na tarde de sábado, acompanhado de seu filho de nove anos, quando foi “atingido na cabeça, mordido no ombro e insultado”. Seu estado de saúde não é grave.
Uma testemunha que presenciou o incidente disse à France 2 que os insultos proferidos pelo agressor deixaram clara a natureza antissemita do ataque. Em resposta à denúncia de Engelberg, os tribunais franceses abriram uma investigação sobre “violência intencional cometida com base na filiação religiosa real ou percebida da vítima”.
Um adolescente de 16 anos foi preso e está sob custódia desde a noite de ontem, de acordo com fontes policiais da BFMTV, enquanto mais informações sobre o incidente estão sendo coletadas.
O presidente francês, Emmanuel Macron, e outros líderes dos principais partidos condenaram o incidente como um ataque antissemita que não tem lugar na sociedade francesa.
“O antissemitismo é veneno. Não vamos ceder ao silêncio ou à inação”, alertou Macron em uma declaração publicada em sua conta no X, enquanto seu ministro da justiça, Gérald Darmanin, acusou o partido de extrema esquerda La France Insoumise (LFI) de incentivar tais atos “ao exibir uma certa ambiguidade em relação ao antissemitismo”.
Altos funcionários da LFI, como Manuel Bompard e Mathilde Pinot, presidente do grupo na Assembleia Nacional, condenaram, no entanto, sem reservas o ocorrido.
“Mais do que nunca, devemos nos unir para combater o antissemitismo e todas as formas de racismo”, disse Pinot, enquanto o coordenador nacional do partido declarou: “contra agressões racistas, antissemitas ou islamofóbicas, a fraternidade é a regra”.
O líder da extrema direita do Reunião Nacional, Jordan Bardella, exigiu que o autor deste “ataque particularmente grave” recebesse “uma sentença exemplar” antes de denunciar “o aumento da febre antissemita em todo o país, alimentada por uma extrema esquerda incendiária”.
Para o presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França, Yonathan Arfi, o ataque contra o rabino mostra que “o antissemitismo não é ‘residual’” na França, contradizendo assim as declarações nesse sentido feitas por Mélenchon em fevereiro.
“Aqueles que minimizam, relativizam ou justificam o ódio aos judeus por um conflito a 4.000 quilômetros de distância têm uma imensa responsabilidade”, acrescentou Arfi, referindo-se à guerra de Israel contra os palestinos.
Desde o início das hostilidades em Gaza em 7 de outubro de 2023, os atos antissemitas dispararam na França. Em 2024, foram registrados 1.570, em comparação com 436 em 2022.
(Com informações da EFE e Europa Press)
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